A Conferência das Partes das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, que acontece de 10 a 21 deste mês, em Belém, no Pará, já começa embalada por boas notícias com relação à nossa região. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) o desmatamento na Amazônia registou uma queda de 11,8%. Essa redução representa um avanço significativo na preservação das florestas, o que é essencial para o equilíbrio climático global.
Publicado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, o levantamento, realizado pelo Programa de Monitoramento do Desmatamento da Amazônia Legal (Prodes) do Inpe, é referente ao período de agosto de 2024 a julho de 2025. A área desmatada na região atingiu 5.796 km², contra 6.518 km² registrado entre agosto de 2023 a julho de 2024.

Os estados da Amazônia Legal que concentram as maiores taxas de redução são, por ordem de queda: Tocantins, com 62,5%; Amapá, com 48,15%; Roraima, com 37,39%; Rondônia, com 33,61%; Acre, com 27,62%; Maranhão, com 26,06%; Amazonas, com 16,93%; e Pará, com 12,4%.
Os dados do estudo também são positivos para o Cerrado, onde foi registrado, no mesmo período, queda de 11,49%. No bioma, foram desmatados 7.235,27 km².
Com os resultados já alcançados na Amazônia e Cerrado, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente, foi evitada a emissão de 733,9 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera, desde 2022. Uma contribuição importante para o enfrentamento à crise climática.
Outro dado bastante animador divulgado pelo Inpe é que a Amazônia Legal apresentou o menor índice de desmatamento dos últimos 17 anos em unidades de conservação federal. A redução foi de 74%, de agosto de 2024 a julho de 2025, comparado ao período anterior. O Cerrado registrou uma queda de 62%, o segundo menor índice desde 2007.
Tudo indica que os resultados alcançados são reflexo de uma combinação de ações de fiscalização mais eficazes, uso de tecnologia avançada para monitoramento e maior engajamento de diferentes setores da sociedade na preservação ecológica. Além disso, a adoção de políticas públicas voltadas à sustentabilidade e ao combate ao desmatamento.
No Amazonas, o Governo do Estado colocou em prática medidas importantes que contribuíram para frear o desmatamento. Dentre elas, a intensificação do monitoramento por satélite, o aumento da fiscalização nas áreas de risco e o fortalecimento das unidades de proteção ambiental.
Além disso, os programas de incentivo ao uso sustentável dos recursos naturais têm contribuído para envolver as comunidades locais na conservação da floresta. O governo estadual também tem investido na implantação de tecnologias inteligentes de controle para identificar e agir rapidamente contra as queimadas ilegais.
Os desafios ainda são enormes na região, mas a redução do desmatamento é um marco na luta contra as mudanças climáticas, um feito que reforça a importância de investimentos contínuos em fiscalização e educação ambiental. Os resultados mostram que é possível ter êxito com ações coordenadas dos governos, parcerias com organizações não governamentais e o engajamento de comunidades locais.
É importante, entretanto, manter e ampliar esses esforços, garantindo que a tendência de redução do desmatamento se consolide e se torne a nova norma na gestão da floresta amazônica.
Não podemos perder de vista que é fundamental continuar promovendo políticas públicas que incentivem a sustentabilidade e a participação da sociedade civil. Só assim os resultados virão e com a velocidade que necessitamos para enfrentar as emergências climáticas.
Na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb) e na Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), órgãos que estou à frente, a preocupação com a sustentabilidade está presente em todas as ações. Cito, por exemplo, os programas Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+), na capital, e de Saneamento Integrado (Prosai), que foi concluído em Maués e agora segue em Parintins.
Além disso, temos, ainda, o Ilumina+ Amazonas, que concluiu a modernização da iluminação pública do interior, substituindo por LED as lâmpadas de vapor de sódio e mercúrio, que são mais poluentes. Com isso, economizou recursos para os cofres públicos municipais e vai possibilitar a retirada de algo em torno de 100 mil toneladas de CO2 da atmosfera, em 10 anos, uma contribuição importantíssima do Governo do Estado para a redução da emissão de gases de efeito estufa.
* Marcellus Campêlo é engenheiro civil, especialista em Saneamento Básico e em Governança e Inovação Pública; exerce, atualmente, os cargos de secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano – Sedurb e da Unidade Gestora de Projetos Especiais – UGPE