Cruzeiro do Sul, Acre, 5 de dezembro de 2024 19:43

Ataque misógino de ex-conselheiro do CNJ retrata Marina Belandi como doméstica em montagem de Inteligência Artificial

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A candidata à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Acre (OAB-AC), Marina Belandi, foi alvo de mais um episódio de misoginia e machismo. Marcus Vinícius Jardim, ex-conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ex-presidente da OAB-AC, utilizou um grupo de mensagens para compartilhar uma montagem de inteligência artificial (I.A.) que retrata Belandi vestida de azul com um avental e segurando um espanador, em alusão a uma doméstica.

Jardim concorre a uma vaga no Conselho Federal da OAB pelo mesmo grupo que o atual chefe da Seccional Acre e candidato à reeleição, Rodrigo Aiache. Após a publicação, outro advogado endossa a atitude do ex-conselheiro no grupo intitulado “Vote Chapa 7! #Rodrigo”. Ao comentar um link de um vídeo de Marina, o profissional, que se identifica como Dr. Adisson, atacou a candidata questionando sua capacidade de oratória e afirmando que ela é comandada por homens.

“Se não estiver lendo o roteiro escrito por ‘eles’ a presidenta não sabe o que falar”, pontua. Logo em seguida ele questiona em tom de ironia: “Será que foi um homem que escreveu o discurso que ela leu?”. Na mesma ocasião, Adisson usa de deboche para levantar suspeitas sobre a idoneidade de Belandi, escrevendo: “Será que também imita as coisas suspeitas?”. De acordo com a candidata, tais atitudes demonstram o desrespeito que a situação e seus apoiadores têm pelas mulheres.

Marina enfatiza que o comportamento demonstra como o machismo estrutural age para evitar que mulheres ocupem espaços de liderança. “Isso deixa um alerta importante para todas as advogadas. É assim que querem nos representar? Sendo misóginos e desrespeitosos? Essa campanha tem mostrado claramente quem está do lado da ética e quem prefere o ataque baixo. Vamos nos unir para combater esse tipo de atitude, não podemos retroceder jamais numa pauta essencial”, diz.

Belandi ainda reforçou que atitudes como essas não só ferem o respeito às mulheres, mas também enfraquecem os valores fundamentais da advocacia. Segundo ela, o apoio permissivo a ataques machistas reflete diretamente na postura da liderança atual. “A advocacia precisa de líderes que protejam a classe, e não de quem permita ou silencie diante de atitudes covardes e antiéticas. Estamos num momento crucial para decidir qual OAB queremos para os próximos três anos. É hora de refletir e de reagir contra o machismo institucionalizado”, completou a advogada.

Ataque anterior

Outro episódio de misoginia contra apoiadores de Marina também gerou revolta na advocacia. Em outubro, a advogada Fernanda Catarina foi alvo de ataques pessoais após integrantes da Chapa 7 compartilharem um print de uma postagem antiga da advogada que tratava sobre questões pessoais íntimas da profissional. Segundo Marina, este novo caso reforça a postura de desrespeito e ataques pessoais que têm marcado a campanha da chapa de situação. Para ela, a advocacia precisa priorizar propostas e respeito, deixando de lado práticas que desonram a classe.