Familiares do casal Francisco Jaime Marques, 97 anos e Zuleide Correia Marques, 91 anos, se reuniram, na manhã deste domingo (23), na casa de uma das filhas, dona Zilmar, para comemorar as Bodas de Brilhante, incríveis 75 anos de união conjugal. Eles que moravam no seringal Triunfo em Marechal Thaumaturgo, se casaram em 1947 e tiveram 17 filhos.
Filhas, genro, netas e netos, bisnetos, bisnetas, trinetos, comemoraram a incrível história de amor que remete a década de 1.940. Jaime e Zuleide nasceram no seringal Triunfo e passado o período de namoro, os dois muitos jovens, ele com 24 e ela com 17anos, oficializaram a união em uma cerimônia religiosa em 24 de janeiro de 1947, junto com mais três casais (todos já falecidos) em uma desobriga do padre Luís, na sede do Seringal.

Dessa união nasceram 17 filhos, nove homens e oito mulheres. São 77 netos, 122 bisnetos e 12 trinetos. O segredo desses 75 anos? Uma receita de fermento de amor, compreensão, respeito e paciência. Francisco Jaime, foi um homem extremamente ativo, envolvido na extração do látex, na agricultura e na criação de animais.
Dona Zuleide lembra que tudo fazia para que não faltasse o sustento para a numerosa família. Trabalhava os seis dias da semana, se preciso aos domingos, para que na segunda-feira o “rancho”, como ele dizia, estivesse garantido para a semana. “Tenho grande admiração e orgulho do meu pai pela competência e zelo que dedicou a sua família”, reconhece e agradece com muito carinho a filha, a professora Gaivides Marques.

“Meu pai também tocava uma sanfoninha que alegrava a família e as festinhas com suas valsas, sambas, xotes e marchinhas. Zuleide Marques era trabalhadora, caprichosa, zelosa e determinada, de temperamento muito apurado, mas de um coração generoso. A todos que passavam pela sua casa era oferecida uma refeição dependendo do horário. Tinha um espírito de liderança e fazia mutirão de pessoas para limpar o cemitério, para preparação da chegada do padre nas desobriga e outros”, lembra Gaivides.

A filha lembra que sua mãe sempre estava junto as pessoas enfermas, levando o que estivesse ao seu alcance para aliviar seus sofrimentos, com seu espírito caritativo. “Às nove filhas minha mãe ensinou os trabalhos domésticos com muita firmeza. Fazia um bolo pé de moleque apreciado por todos (que saudades). Ela e o pai tinham fama de dançarinos e não perdiam os forrozinhos da comunidade. Juntos trabalharam com muitas dificuldades e firmeza, mas o necessário não faltou para que vivêssemos com dignidade”, lembra.

Debilitados pela idade e pelas doenças eles ainda querem estar sempre juntos. “À noite, antes de dormirem se abençoam e se beijam desejando um boa noite”, diz a professora Gaivides Marques ao ressaltar que os pais estão proibidos de visitas por conta dessa virose gripal, mas com todos os cuidados sanitários reuniu poucas pessoas para registrar este momento tão importante da vida do casal e da família.

“Hoje, nossa prece é de gratidão à Deus, primeiro pelo dom da vida a eles concedida e segundo pelo sentimento de missão cumprida por acompanhá-los e ajudá-los nesta fase delicada de suas vidas. Nossa família tem muito orgulho deles e o privilégio de compartilhar seus 75 anos desta longa caminhada. As bênçãos de Deus para vocês pais amados e que os anos de vida que ainda lhes restam sejam de serenidade e paz. Parabéns queridos pais”, agradece e deseja a filha Gaivides Marques.




