Cruzeiro do Sul, Acre, 2 de novembro de 2024 16:25

Brasil bate Itália por 3 a 2 e está na Olimpíada de Paris; técnico Renan Dal Zotto pede demissão

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Time tem jogo duro diante do rival no Pré-Olímpico do Rio, responde no quinto set à altura de sua tradição no vôlei e vence duelo com muito suor e drama; treinador não resiste à pressão, entrega a vaga e pede para sair

Em um jogo de viradas e decidido com um ace empolgante de Lucarelli, o Brasil conseguiu superar as adversidades no Ginásio do Maracanãzinho neste domingo e venceu a Itália por 3 sets a 2. O resultado garante vaga para o time brasileiro na Olimpíada de Paris-2024. As parciais da partida memorável foram 25/23, 23/25, 15/25, 25/17 e 15/11. Logo após a vitória e classificação para Paris, o técnico Renan Dal Zotto pediu demissão do comando da seleção masculina.

“Não tenho palavras, de verdade. Podem duvidar, mas não desacreditar, isso é Brasil”, disse Alan, irmão de Darlan, um dos destaques da campanha brasileira. A Itália é campeã mundial, e vendeu a derrota muito cara. O Brasil vinha de derrota em um Sul-Americano diante da Argentina. O time deu a volta por cima e agora terá mais tranquilidade para se preparar, apesar da crise com a demissão inesperada do treinador.

Uma ‘final’ no Maracanãzinho

Pré-Olímpico de vôlei masculino viveu muita emoção na manhã deste domingo. O Estadão informou como estava o jogo durante a disputa até o empate por 2 sets a 2 antes do set decisivo. Brasil e Itália mediam forças por uma vaga na próxima Olimpíada, a ser realizada em Paris, em 2024. Para chegar lá, o time de Renan Dal Zotto precisava vencer os rivais italianos a qualquer custo. A situação não era das mais simples. A partida mostrou isso.

A equipe verde e amarela ganhou o primeiro set, foi bem, com jogo equilibrado, mas caiu nos dois sets seguintes, amargando a virada por 2 a 1. No 4º set, conseguiu se recompor e levantou o ginásio, fazendo 2 a 2. O time foi com tudo para o quinto set. Era tudo ou nada. A torcida fez a sua parte. E gritou no fim “o campeão voltou”.

Paris-2024: a seleção brasileira está classificada! Foto: Daniel Ramalho/AFP

Havia uma explicação para tanto drama. O que podia acontecer com a seleção brasileira: em caso de derrota, a classificação só seria possível por meio de ranking mundial em julho do ano que vem. Em caso de vitória, como ocorreu com suor e boas jogadas, nas atuais circunstâncias, o time se garantia mesmo antes do jogo de Cuba. Todos os sets foram equilibrados diante dos italianos. O Brasil foi muito na força da emoção também. Era jogo igual. No quinto set, foi ponto a ponto até o time brasileiro abrir vantagem pequena, de dois pontos.

O Brasil errou em algumas decisões de contra-ataque, com Bruninho fazendo a opção equivocada. Era 5 a 5, 6 a 7, 7 a 7… Darlan já era o grande destaque. Ele fez dez pontos no quarto set. Ele marcava ponto e chamava a torcida. Era reserva, não era nem para estar no time. Foi chamado e agora tem seu nome ovacionado pela torcida. O Brasil fez 12 a 10 no quinto set e deixou a todos no ginásio em festa. Dois pontos de vantagem não são nada no vôlei, mas era melhor estar na frente do que atrás àquela altura. Deu confiança. Houve pegas longos na disputa dos pontos. O Brasil foi sustentando dois pontos de vantagem, 13 a 11, até fechar em 15 a 11, com ponto de saque de Lucarelli. O Brasil estava em Paris. Ganhou por 3 a 2.

Jogos Olímpicos

O Brasil tem história nos Jogos Olímpicos no vôlei masculino. Por muitos anos, a seleção dominou a modalidade. Eram tempos mais fáceis, de gerações ótimas de atletas. O Brasil é o maior vencedor da história do vôlei masculino em Olimpíadas, com três medalhas de ouro (1992, 2004 e 2016) e três de prata (1984, 2008 e 2012).

Renan pede demissão

Renan Dal Zotto anunciou que não completará o ciclo olímpico no comando da seleção. Disse isso momento após a classificação para Paris. O técnico vinha sendo pressionado no posto. Há um mês, ele e a seleção masculina perderam pela primeira vez um título do Sul-Americano de vôlei. Houve também o recente resultado ruim na Liga das Nações. Ele estava à frente da seleção desde 2017, quando substituiu Bernardinho. Renan chegou a passar 36 dias internado por infecção da covid-19 em 2021 e não esteve no banco durante a campanha da Liga das Nações.

“Tomei a decisão esta semana, falei com minha mulher. É hora de dar uma pausa. Foi uma decisão familiar, vou me afastar da seleção brasileira, mas não do vôlei. Uma orientação médica também, por tudo o que passei em 2021″, afirmou Renan, que ainda revelou que a comissão técnica e os jogadores não sabiam da decisão e que conversará com todos no vestiário.