O governo brasileiro usou a reunião com o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, para pedir, formalmente, que os EUA suspendam as tarifas aplicadas contra os produtos nacionais. Como resposta, Rubio afirmou que tomaria nota do pedido e indicou que apenas o presidente Donald Trump poderia tomar uma decisão sobre essa suspensão.
Esse foi um dos temas do encontro entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o secretário de Estado norte-americano. Em Washington, os dois estiveram reunidos por pouco mais de uma hora e indicaram que os trabalhos vão começar para garantir um encontro entre os presidentes dos dois países.
O governo brasileiro argumenta que as taxas não fazem sentido e que são os americanos que contam com um superávit comercial. Washington já deixou claro que vincula as tarifas às questões políticas, ainda que a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sequer tenha sido tratada no encontro.
Membros da equipe brasileira indicaram ao UOL que o encontro também foi marcado por uma disposição de ambos os lados de “normalizar” as relações, após momentos de tensão entre agosto e setembro.
Foi definido ainda que a negociação ocorrerá “por temas”. A aproximação, porém, não significa que um encaminhamento será fácil. Um dos temas no centro da agenda ainda foi a situação das big techs. O Brasil defende uma regulação sobre a atuação das empresas, enquanto o governo americano vem insistindo em diversas partes do mundo que irá retaliar o país que colocar limites ou impostos sobre o setor.
Comércio entre Brasil e China
O governo Trump também se mostrou “preocupado” com a entrada da soja brasileira na China que, nos últimos meses, passou a ocupar o espaço que era dos EUA. A guerra comercial entre Washington e Pequim acelerou a tendência chinesa de ampliar compras do produto brasileiro, suspendendo as exportações americanas.
A interrupção nas compras de soja por parte da China levou fazendeiros americanos a protestarem contra Trump e exigir compensações. O presidente americano prefere culpar Pequim por estar manipulando o mercado de soja, como instrumento de pressão contra Trump.