Presidente discursou sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável no segundo dia da cúpula
No segundo dia de reuniões da 17ª cúpula do BRICS, que acontece nesta segunda-feira (7) no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou os debates sobre as mudanças climáticas e o desenvolvimento econômico com um discurso de alerta sobre o aquecimento global.
Em sua fala, Lula afirmou que o negacionismo e o unilateralismo estão desfazendo conquistas do passado e prejudicando o nosso futuro.
“O aquecimento global ocorre em ritmo mais acelerado do que o previsto. As florestas tropicais estão sendo empurradas para seu ponto de não retorno” , pontuou o brasileiro.
Impactos nos países

Ao citar os países do BRICS, que compõem parte do Sul Global, o presidente afirmou que são justamente as nações em desenvolvimento que serão as mais impactadas por perdas e danos causados pelas mudanças climáticas.
De acordo com Lula, estes países “são também os que menos dispõem de meios para arcar com mitigação e adaptação”. Apesar das dificuldades, ele afirma que os membros do BRICS não deixaram de fazer a sua parte.
“Na Organização Mundial da Saúde e na Organização Mundial do Comércio, lutamos juntos pelo acesso a medicamentos e vacinas essenciais para vencer a epidemia de HIV/Aids, a malária, a tuberculose e outras mazelas que afetam, principalmente, os países mais vulneráveis” , destacou o presidente.
O petista observa que será preciso triplicar as energias renováveis e duplicar a eficiência energética globalmente para evitar que a temperatura do planeta ultrapasse os 1,5 graus de aumento, previstos pelo Acordo de Paris.
Combate à fome
Outro ponto levantado por Lula na abertura da sessão plenária “Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global” foi a justiça climática. Para ele, é necessário apostar em “ações comprometidas com o combate à fome e às desigualdades socioambientais”.
Como exemplo, foi citado a geração de “empregos decentes”, igualdade entre gêneros e o combate a todo tipo de racismo. “Ao proteger, conservar, e restaurar nossos territórios, criamos também oportunidades para as comunidades locais e povos indígenas” , afirma Lula.