Atualmente, o caso tramita em Tabatinga (a 1.108 quilômetros a oeste de Manaus
Manaus – O Ministério Público Federal (MPF) quer que Amarildo da Costa Oliveira e Jefferson da Silva Lima, réus na ação penal que apura os homicídios de Bruno Pereira e Dom Phillips, sejam julgados em Manaus. O pedido foi feito no dia 17 de julho. Atualmente, o caso tramita em Tabatinga (a 1.108 quilômetros a oeste de Manaus).
(Foto: Reprodução)
O Ministério Público Federal (MPF) quer que os réus que respondem por duplo homicídio qualificado e ocultação dos cadáveres de Bruno e Dom sejam julgados na capital amazonense. Atualmente o caso tramita em Tabatinga, município próximo ao local do crime e conta com vara da Justiça Federal.
Para os procuradores, o fato de Tabatinga ser uma cidade pequena, com histórico de violência, pode influenciar a análise dos jurados.
O MPF ressaltou ainda que o caso ocorre em um contexto sensível de disputa entre pescadores e indígenas pela exploração ou preservação dos recursos naturais na Terra Indígena Vale do Javari. Os procuradores pontuaram que o cenário, somado ao perfil da população de Tabatinga — formada em grande parte por pescadores ribeirinhos e indígenas —, pode comprometer a imparcialidade dos jurados.
No dia 21 de julho deste ano, três anos após o crime, a Justiça Federal também aceitou a denúncia e tornou réu Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como ‘Colômbia’, acusado de mandar matar Bruno e Dom.
Além de ‘Colômbia’, também respondem pelo crime Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como ‘Pelado’, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como ‘Dos Santos’ e Jefferson da Silva Lima, conhecido como ‘Pelado da Dinha’.
Também foram denunciados pelo MPF os pescadores Eliclei Costa de Oliveira, Amarílio de Freitas Oliveira, Otávio da Costa de Oliveira e Edivaldo da Costa Oliveira por usarem um menor de idade para ajudar a ocultar os cadáveres de Bruno Pereira e Dom Phillips. Eles também foram denunciados pelo delito de ocultação de cadáveres.
Bruno e Dom
Bruno e Dom foram mortos em junho de 2022, durante uma expedição de investigação na região do Vale do Javari, em Atalaia do Norte (a 1.138 quilômetros a oeste de Manaus). Dom escrevia o livro How to Save the Amazon? (Como salvar a Amazônia?), com o objetivo de mostrar como os povos indígenas preservam a floresta e se defendem de invasores.
Na viagem de campo, os dois foram vistos pela última vez em 5 de junho de 2022, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael. De lá, seguiam para Atalaia do Norte. A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino.
Os restos mortais dos dois foram achados em 15 de junho daquele ano. A polícia concluiu que eles foram mortos a tiros, e seus corpos corpos, esquartejados, queimados e enterrados.