Entre prefeituras, governos estaduais e até plebiscito, Brasil realizou mais de 580 eleições suplementares desde 2007; processo que pode resultar em cassação do senador Sergio Moro deve ser julgado no início deste ano

Em duas oportunidades, houve eleição suplementar para governos estaduais: em 2017, no Amazonas, e em 2018, no Tocantins. E, no âmbito das suplementares, já houve até plebiscito: em 2018: três cidades do País foram às urnas e, junto com as eleições gerais daquele ano, opinaram também sobre assuntos do contexto local.
As eleições suplementares ocorrem quando a chapa ganhadora de uma eleição majoritária é cassada. No sistema majoritário, vence o candidato que obtiver mais de 50% dos votos válidos. Assim é feita a escolha de presidentes, governadores, prefeitos e senadores.
Por outro lado, no sistema proporcional, válido para eleições às câmaras municipais, estaduais, distrital e federal, os votos são contabilizados de modo a dividir o número de cadeiras em disputa entre os partidos. Neste modelo de votação, é gerada uma relação de suplentes para cada bancada partidária. Quando o deputado de determinado partido perde o mandato, o suplente daquela bancada é convocado a assumir.
É por isso que não houve eleição suplementar quando o deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) foi cassado. Dallagnol foi o penúltimo a sofrer impugnação eleitoral e havia sido procurador da Operação Lava-Jato, julgada por Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba.
Estados recordistas
No total, 581 eleições suplementares para prefeito e vice ocorreram entre 2007 e 2023. Algumas cidades, no entanto, realizaram esse tipo de eleição em mais de uma ocasião. Contando cada colégio eleitoral uma única vez, 536 localidades já tiveram uma votação municipal suplementar, o que corresponde a 9,6% do total de cidades brasileiras.
Os Estados que mais realizaram eleições suplementares no período analisado foram Minas Gerais, com 80 eleições, São Paulo, com 75, e Rio Grande do Sul, com 48. Na outra ponta, o Acre é o Estado em que menos houve eleições suplementares: entre 2007 e 2023, só o município de Feijó, em 2009, realizou um pleito do gênero.