A área com alertas de desmatamento para abril de 2021, na Amazônia, é a maior da série histórica. Somente neste mês, ao menos 58 mil hectares de floresta foram perdidos. Mesmo com uma cobertura de nuvens praticamente igual, esse número aponta que houve um aumento de 43% em relação a abril de 2020. Os dados são do sistema DETER, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgados na última sexta-feira (7).“O que já é ruim, pode piorar, com Ricardo Salles trabalhando contra o meio ambiente e o Congresso Nacional trabalhando para legalizar grilagem, flexibilizar o licenciamento ambiental e abrir terras indígenas para mineração. O desmatamento vai continuar em alta se nada for feito e é difícil imaginar que uma solução seja apresentada por um governo que é responsável por um aumento histórico do desmatamento e que represa e corta recursos para a proteção do meio ambiente”, comenta Rômulo Batista, porta-voz do Greenpeace Brasil.
Com impunidade forte no campo e na floresta, grandes polígonos de desmatamento têm sido cada vez mais observados nas imagens de satélite, com áreas de mil, 3 mil e até 5 mil hectares, trazendo à cena taxas anuais não observadas desde 2008. Não será uma promessa vazia de duplicar o orçamento para fiscalização e controle na Amazônia na cúpula climática, o uso do peso político e o apoio do centrão para aprovar leis que legalizam grilagem e desmatamento ocorridos recentemente, a abertura de Terras Indígenas para mineração e apropriação do agronegócio e a liberalização geral do licenciamento ambiental, que vão diminuir essa destruição.
“Esse número é só mais uma prova de que as palavras proferidas na cúpula do clima foram ao vento. Aqui no Brasil, esse governo continua sistematicamente atacando os órgãos de comando e controle, impedindo o seu funcionamento, cortando orçamento e empurrando leis absurdas para avançar sobre a floresta. Como se tudo isso já não fosse ruim, ainda iniciou uma perseguição sistemática às lideranças indígenas e todos aqueles que expõem a verdade desse governo negacionista e omisso que nos leva a recordes de desmatamentos e mortes devido a pandemia”, conclui Rômulo.