O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) possui o índice de 98,4% de condenação de integrantes de organizações criminosas denunciados pelo órgão. Os dados são do último relatório elaborado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco).
Além do índice de êxito nas ações penais, que leva em conta os dados de 2024, o grupo apresentou números expressivos já deste ano, com 10 operações realizadas e 211 denunciados até o momento em 2025.
O Gaeco atua na investigação e no combate a organizações criminosas, trabalhando de forma integrada com diversas forças policiais e outras instituições. O grupo se dedica a desarticular estruturas criminosas complexas, como as voltadas ao tráfico de drogas, à lavagem de dinheiro e à corrupção.
As ações do Gaeco vão do enfrentamento direto às facções que controlam territórios, como no caso da Operação Hemostasia (contra integrantes do Comando Vermelho), à repressão de redes especializadas em crimes financeiros, como o “golpe do Pix”. O conjunto dessas operações evidencia uma atuação diversificada, que busca atingir o crime organizado em suas várias formas.
No interior, a presença do Ministério Público tem sido igualmente estratégica. Em Cruzeiro do Sul, por exemplo, o Gaeco atuou neste ano em conjunto com a Polícia Militar para atingir uma facção com origem no Rio de Janeiro, que tentava expandir sua influência na região do Juruá. A ação desmontou um núcleo local de operação ligado a essa rede criminosa interestadual.


A atuação também tem ultrapassado as fronteiras do estado. Em parceria com o Ministério Público de Rondônia, o Gaeco acreano participou, neste ano, da recaptura de um dos líderes de organização criminosa do Acre, que estava foragido em Porto Velho.
Participação da sociedade
Para ampliar o enfrentamento ao crime organizado, o MPAC criou neste ano o Investigador Cidadão, um canal de denúncias não emergenciais que permite à população colaborar com investigações de forma anônima e segura. Por meio do WhatsApp (68) 99993-2414, qualquer pessoa pode enviar informações sobre organizações criminosas, garantindo o sigilo absoluto do informante.
Integração e capacitação
Além das ações de repressão, o Gaeco investe continuamente em capacitação e atualização de seus membros. Nesse contexto, o trabalho é potencializado pela atuação do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), atualmente presidido pelo procurador-geral de Justiça do MPAC, Danilo Lovisaro do Nascimento.
O grupo nacional promove a integração e o intercâmbio de informações entre Ministérios Públicos de todo o país, fortalecendo a atuação estratégica no enfrentamento às facções criminosas.