A estiagem que prejudica a navegação dos rios da região amazônica e dos vales do Juruá, Tarauacá, Envira é grande preocupação para os gestores municipais que já enfrentam diversos problemas causados pela falta de chuvas como a dificuldade de navegação nos rios para transporte de mercadorias e problema de abastecimento de água potável da população.
A situação é crítica nos municípios do vale do Juruá no estado do Acre e também nos municípios do baixo Amazonas cujos gestores já se preocupam com o estado crítico do lençol freático enfrentado desde 2021 que fica prejudicado com a demora no retorno do período mais chuvoso para uma recuperação do lençol freático.
Com a baixa dos rios a situação fica crítica em todas as cidades da região que com a estiagem diminuem consideravelmente o potencial do lençol freático e com isso tem menor produção de água para abastecer os poços artesianos da formação Iça/Solimões que abastece o município de Envira que tem nos poços artesianos sua maior fonte de abastecimento.
Apesar dos investimentos feitos pela atual gestão do município de Envira com apoio permanente dos técnicos da Companhia de Saneamento do Estado do Amazonas (Cosama) para ampliar o sistema de abastecimento da população e oferecer cada vez água de mais qualidade a estiagem em nível crítico afeta o abastecimento da população.
O problema é causado principalmente pela falta de investimentos das gestões anteriores que entregaram o sistema totalmente destruído, sem bombas de sucção, com problemas da rede elétrica das subestações e falta de limpeza dos reservatórios o que causou um verdadeiro caos na rede de distribuição de água do município.
O prefeito Ruan Mattos agradece o apoio do governo do Estado, através da direção e dos técnicos da Cosama que tem realizado um trabalho permanente no município para minimizar o problema de abastecimento da população que na sua maioria é feita pelos poços artesianos que diminuem sua produção de água devido a estiagem.
“Reconhecemos o apoio do governo do Estado, através da Cosama, que tem mantido uma equipe para apoiar o trabalho de melhoria no sistema de abastecimento da população para superar a situação de abandono que a gestão recebeu o município. Nossa gestão tem se empenhado para superar os problemas causados pela estiagem”, enfatiza o prefeito.
O subcomandante o Corpo de Bombeiros de Cruzeiro do Sul, Tenente BM Ocimar Farias, destacou o nível crítico do Rio Juruá causado pela estiagem com o registro de apenas 2,13 metros de lâmina de água. “Em Cruzeiro do Sul nos últimos 15 dias do mês de setembro choveu apenas 0,6 mm. No ano passado, no mesmo período, choveu mais de 200 mm”, disse.
Para se ter uma ideia mais real do drama causado pela estiagem o trajeto entre o município de Cruzeiro do Sul e Marechal Thaumaturgo pelo Rio Juruá está sendo feito em cerca de 14 dias e os barcos precisam ter a mercadoria removida para que o mesmo possa se deslocar nos locais mais rasos do leito do rio e em alguns momentos até serem rebocados por outro barco.
