Cruzeiro do Sul, Acre, 1 de novembro de 2025 22:09

Decisão que embasou Operação Contenção cita rotina de tortura e controle armado no Complexo da Penha

Rio de Janeiro (RJ), 28/10/2025 - Durante operação policia contra o Comando Vermelho, detidos são conduzidos para a Cidade da Polícia Civil. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O documento, assinado pelo juiz Leonardo Rodrigues da Silva Picanço, decreta a prisão preventiva de mais de 60 suspeitos

A decisão da 42ª Vara Criminal da capital que embasou a Operação Contenção, deflagrada nesta terça-feira (28) pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, descreve uma estrutura hierárquica e armada do Comando Vermelho no Complexo da Penha e em comunidades próximas, com uso sistemático de tortura, controle armado de moradores e expansão violenta do tráfico em áreas dominadas por milícias.

O documento, assinado pelo juiz Leonardo Rodrigues da Silva Picanço, decreta a prisão preventiva de mais de 60 suspeitos, entre eles Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, apontado como principal liderança da facção no Rio, e Pedro Paulo Guedes, o Pedro Bala. A decisão cita ainda como integrantes da cúpula Carlos da Costa Neves (Gardenal), Washington César Braga da Silva (Grandão ou Síndico da Penha) e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues (BMW). A reportagem não conseguiu localizar as defesas.

Segundo a decisão, a ação penal tem como base o inquérito da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes), aberto a partir de uma denúncia anônima recebida em janeiro de 2024, que relatava uma reunião de chefes do Comando Vermelho na Penha para planejar a expansão territorial da facção.

As mensagens e vídeos coletados mostraram o funcionamento interno da organização, com divisão de tarefas entre líderes, gerentes do tráfico, operadores financeiros e soldados armados. O material inclui ordens sobre plantões armados, transporte de drogas, monitoramento de viaturas e punições a moradores considerados desobedientes.