Cruzeiro do Sul, Acre, 8 de dezembro de 2024 20:02

Diretor Clínico da UPA afirma que não há pé de guerra com a Coordenação Regional de Saúde, mas teve parecer técnico contrário para remanejar médico ignorado

Reclamações de demora no atendimento na UPA, causa problemas e tem como causa principal  ter apenas dois médicos para atender ambulatório, urgências e emergências e ainda visita aos pacientes internados

O diretor Técnico e coordenador Regional de Educação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 H, Jaques Pereira Braga, Dr. Oziannedeny Câmara, se manifesta a respeito de matéria publicada sobre a situação do atendimento da unidade que tem perdido qualidade e está tendo demoras no atendimento e causado problemas aos que lá buscam socorro.

Na avaliação do médico não há nenhum pé de guerra entre a direção da UPA do Vale do Juruá e a Coordenação Regional de Saúde do Juruá, que foi o que ele entendeu que ficou explícito na informação veiculada e afirma que na verdade não existe tal situação e ainda reconhece que a Coordenação tenta auxiliar a UPA, apesar do déficit de médicos no Estado.

“Na verdade o déficit de médicos é um problema crônico no município e no estado inteiro.  A unidade mais nova da nossa região é a UPA e desde que iniciou já tivemos médicos de outras unidades, uns cedidos, outros transferidos para poder tentar compor e fechar a escala da UPA”, avalia o médico.

Segundo o Dr. Ozzy, a UPA já teve auxílio do diretor da Maternidade, que cedeu uma médica que continua até hoje na unidade, os médicos do Dermatológico também foram cedidos e quem está acompanhando de perto o serviço da UPA e da Regional sabe que é muito difícil fechar a escala, inclusive já houve até apoio da Secretaria Municipal de Saúde.

“Temos trabalhado juntos, na verdade sempre foi feito um esforço conjunto.  A gente entende que as vezes as pessoas falam demais, sem conhecimento e tentam dar impressão como se estivéssemos num pé de guerra, mas na verdade não é isso, tem médicos, como os do Exército, que não tem disponibilidade de trabalho em certos horários”, afirma.

O médico entende que a Regional de Saúde do Juruá não tem condição de exonerar médico porque ele não pode atender determinados horários e as vezes eles são forçados a pedir exoneração por conta do horário e não há condição de exonerar um médico pelo simples prazer dele não poder trabalho no horário que se quer.

“Não tem como fazer isso e muitas vezes tem que fazer um jogo de cintura de tentar segurar um colega numa coisa específica, no caso dos médicos do Exército que não podem trabalhar durante o dia e colocá-lo em local que ele possa fazer sua carga horário à noite e conseguir outro médico para ficar onde o outro não pode. É isso que está acontecendo”, ressalta.

O diretor Clínico da UPA informa que a unidade é a única que tem um salário diferenciado, com o apoio da Secretaria de Estado do Saúde (Sesacre) e da Coordenação Regional, para facilitar a composição do quadro, no intuito de atrair e facilitar a contratação numa construção de uma relação entre a direção da UPA e a Coordenação Regional de Saúde.

“Não sei por que que as vezes fica uma impressão para algumas pessoas de que há um pé de guerra entre a direção da UPA e da Coordenação da Regional. Na verdade não há nada disso”, finaliza.

Registramos a opinião do diretor Técnico da UPA, Dr. Ozzy, médico de grande qualificação que merece o respeito da população e da imprensa, mas reafirmamos nosso entendimento, depois de averiguar a situação de que é inadmissível uma unidade de tão grande importância ter sua qualidade de atendimento piorada devido a questões de gestão.

Ao abordar um assunto, de qualquer natureza, sempre nos informamos detalhadamente, para evitar informações precipitadas, mas não nos furtamos de abordar temas como estes considerando que o esforço do governador Gladson Cameli de disponibilizar tão importante unidade de saúde à população seja prejudicado.

O registro do médico demonstra sua vontade de melhorar a situação, compreender os colegas médicos, mas um parecer técnico do mesmo indeferindo solicitação de transferência de um médico da UPA, com razões lógicas, teve seu parecer totalmente ignorado, pois em poucos dias a transferência foi efetivada. Portanto, parece não haver harmonia.