“A geração de emprego e renda, com certeza, será a nossa grande bandeira de campanha e de trabalho porque o emprego traz dignidade e independência financeira à pessoa ” – Pedro Valério
Pedro Valério é um dos vice-presidentes estadual do partido União Brasil. Pré-candidato à deputado federal, nesta semana fez uma visita aos municípios do vale do Juruá onde conversou com amigos, correligionários e também fez contatos para a disputa eleitoral que se aproxima. Na quinta-feira (16), concedeu entrevista ao Voz do Norte.
Filho de seringueiro, que trabalhou duro desde os cinco anos de idade, desde os 14 anos se sustentava e já ajudava sua mãe, Pedro Valério trabalha todos os dias e não pensa em aposentadoria, tem 18 netos, pensa e sonha com um Acre próspero, gigante na produção e entende que a vida tem que ser pautada pela honestidade, retidão e coerência.
Voz do Norte – Quase, então, consumada sua pré-candidatura a deputado federal.
Pedro Valério – “Assumi o PSL em 2018 quando o partido inexistia no Acre e conseguimos levar o partido para todos os municípios do Estado com CNPJ. Não conseguimos formar o diretório apenas em Porto Walter e Santa Rosa, mas nesses municípios tem um núcleo do partido e isso me credencia para disputar essa vaga na Câmara Federal”
Voz do Norte – Qual a razão de sua pré-candidatura a Câmara Federal?
Pedro Valério – Hoje, graças à Deus, estou conhecido no Estado inteiro, de forma positiva, minha vida não é pautada por escândalos ou desmandos, sempre procurei andar na linha, não tenho as mãos sujas com nada e sempre andei no campo da retidão e honestidade. Meu nome está a disposição do União Brasil, que era o PSL e se fundiu com o Democratas.
Voz do Norte – Como está o União Brasil para a eleição que se aproxima.
Pedro Valério – O presidente estadual do União Brasil é o senador Márcio Bittar, sou um dos vice-presidentes do União Brasil, o outro vice-presidente é o deputado federal Alan Rick e estamos trabalhando, percorrendo o estado inteiro, bairros e zona rural. Minha candidatura nasce justamente na questão da geração de emprego e renda no Acre.
Voz do Norte – E quais serão as principais pautas desse trabalho na Câmara Federal?
Pedro Valério – A geração de emprego e renda no Acre foi abolida com a florestania, nossos produtores passaram a ser tratados como bandidos, ao invés de serem tratados como heróis e o Acre amarga essa vergonha de comprar chicória e alface do estado de Rondônia, não produz sequer suas hortaliças e isso é uma vergonha para um estado rico como o nosso.
Voz do Norte – Como poderá ser efetivada sua visão de um novo tempo de desenvolvimento?
Pedro Valério – O Acre precisa dar dois passos urgentes. O primeiro é flexibilizar a lei ambiental e dos licenciamentos que afasta o investidor do Acre. Quem está no sul e tem uma indústria de couro, por exemplo, poderia se instalar para produzir sapatos, cintos, bolsas, carteiras, etc, mas não vem devido o ambiente radicalizado e a dureza das leis ambientais
O presidente Jair Bolsonaro tem feito um trabalho nesse sentido de melhorar e flexibilizar a legislação ambiental, mas essas leis são feitas ou extintas no âmbito da Câmara Federal e o Acre sempre teve oito deputados federais e três senadores, mas nesse sentido só temos o senador Márcio Bittar trabalhando.
Então, o Acre precisa ocupar sua área desmatada e desmatar um pouco mais, não sou a favor da destruição da floresta, mas o exemplo de Rondônia está ai para vermos. Basta fazer o dever de casa. Quando morei lá, em 1983, os empregos eram nos prostíbulos, os garimpos e o governo, mas hoje é o estado mais promissor da federação e os empregos jorram nas torneiras.
Rondônia é o maior produtor de café do Brasil, tem uma produtividade 20% maior que as variantes cultivadas no sudeste, maior produtor de carne bovina, tem um rebanho bovino de quase 40 milhões animais, maior produtor de leite e derivados, de peixe. Em 10 anos será o primeiro, atualmente é o segundo de grãos perdendo apenas para o Pará.
Vozdonorte – O senhor avalia que o modelo de Rondônia pode ser implementado no Acre, é isso?
Pedro Valério – Toda essa produção de Rondônia está sendo realizada com apenas 33% de desmatamento da floresta. Com 25% de abertura o estado do Acre, que desmatou apenas 11%, pode conseguir se desenvolver. Não somos defensores do desmatamento irracional, mas, de substituir a floresta por culturas permanentes para garantir matéria prima para a industrialização.
Só existe um caminho para o progresso, o Acre tem 75% de suas áreas constituídos de reservas florestais legais (indígenas e extrativistas) e poderiam ser desmatados os outros 25% de forma racional gradual para garantir o desenvolvimento. É preciso criar um ambiente favorável, trazer industrias de madeiras para o Estado para que a madeira não seja exportada in natura para gerar empregos em outros cantos, explorar aos poucos e substituir gradativamente a floresta por culturas permanentes até o limite de 25% que hoje é permitido. É preciso preparar um Acre melhor para quem vier depois de nós, nossos filhos e netos, bisnetos, precisam encontrar um Acre melhor que o que temos hoje.
O site Contilnet publicou uma pesquisa que tem no Acre mais pessoas recebendo Bolsa Família do que trabalhando de carteira assinada. O que é necessário para acessar o Auxílio Brasil? Que a família esteja abaixo da linha de pobreza. Precisamos, então, discutir o Acre com cabeças lúcidas para conseguir abandonar o caminho da economia do contra cheque.
O governo do Estado e as prefeituras só tem condição de absorver cerca de 50 mil pessoas no mercado de trabalho e o Acre tem 1 milhão de habitantes. Temos, atualmente, 15 mil terceirizados no governo que recebem um salário mínimo, permanentemente são ameaçados de demissão do dia para a noite e com atraso de salário.
Ainda vemos os governantes se vangloriarem de pagar o salário do servidor público em dia, mas esse é um dever de qualquer governante. Volto a dizer que o exemplo do governo de Rondônia tem que ser visto porque aqui no Acre estamos só sentindo o cheiro das notas de R$ 200,00 que circulam no bolso dos rondonienses.
Voz do Norte – Como estará o União Brasil nesta eleição?
Pedro Valério – O União Brasil tem como pré-candidato a Presidente Luciano Bittar, que teve a candidatura lançada há poucos dias, em Brasília e a construção da composição estadual está sendo feita pelo presidente, o senador Márcio Bittar. Sempre defendi a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, mas agora não posso trair meu partido e serei leal ao presidente Luciano Bivar.
Luciano Bivar é um liberal convicto e a medida que meu partido lança uma pré-candidatura tenho que ser leal porque ele me manteve na presidência do partido no Estado, mesmo sem ter mandato e na eleição de 2020 garantiu mais de R$ 2 milhões para viabilizar as candidaturas de prefeito e vereador no estado.
Graças a Deus tenho muito prestígio com o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, que me trata como um amigo, atende minhas ligações e participei recentemente em Brasil do lançamento da sua pré-candidatura, inclusive ele me recebeu em seu gabinete e gravou um vídeo de apoio a minha pré-candidatura a deputado federal num sinal de prestígio com ele.
Então, neste primeiro turno apoio a pré-candidatura de Luciano Bivar, esperamos passar para o segundo turno e caso não consiga e o presidente Jair Bolsonaro esteja no segundo turno estarei com a faca nos dentes defendendo a candidatura de Bolsonaro porque nosso inimigo comum é a esquerda que não podemos deixar voltar ao poder.
Voz do Norte – E no Estado, qual é a postura do União Brasil nas chapas majoritárias do governo e senado?
Pedro Valério – Até o presente momento o União Brasil apoia a reeleição do governador Gladson Cameli, é o que está acordado pela direção nacional e o senador Márcio Bittar. Por onde passo peço apoio para a reeleição dele, mas na questão do senado se discute no andar de cima duas candidaturas, da Márcia Bittar e do deputada federal Alan Rick.
O mandato do senador Márcio Bittar tem sido muito edificante, o Acre não pode abrir mão dele no Senado, inclusive pela bandeira da construção da estrada para Pucalpa para transformar o Acre na porta de entrada para o Brasil e não na última fronteira. Essa região vai ter um impacto de muito progresso com a construção da estrada.
Avalio que a construção da rodovia será a redenção do Acre, mas só vai funcionar se tiver a flexibilização das leis ambientais que engessa o setor produtivo, mas pode alavancar oportunidade de valorizar os produtores rurais e tratá-los como heróis, senão a estrada vai ser construída e vamos ver os vagões passarem com as comodities vinda de outros cantos.
A geração de emprego e renda com certeza será a nossa grande bandeira de campanha e de trabalho, principalmente porque o emprego traz dignidade à pessoa e independência financeira. É a única maneira de transformar para melhor o Acre que é um estado potencialmente rico de valores, riquezas e recursos naturais. Precisamos transformar esses recursos naturais em riquezas materiais.