o Rio Juruá desempenha um papel inestimável como via de comunicação e fonte de abastecimento. Embarcações repletas de mercadorias partem incansavelmente, carregando consigo o sustento de municípios vizinhos. No entanto, a inclemente estiagem amplifica consideravelmente os perigos para os destemidos aventureiros que enfrentam as águas do rio.
Aldenor Rodrigues Feitosa, um aposentado ribeirinho, compartilha sua perspectiva sobre a situação: “Durante a estiagem, os riscos para aqueles que se aventuram nas águas aumentam exponencialmente. Meu filho, residente em Porto Walter, relata um incidente em que sua esposa foi arremessada da embarcação ao colidirem com um tronco flutuante no meio do rio. Navegar neste período é uma verdadeira prova de coragem”, destaca, ressaltando a intrincada complexidade dessa empreitada.
Macildo Ferreira, comandante de uma das embarcações responsáveis pelo transporte de mercadorias até o município de Porto Walter, na região do alto Juruá, compartilha sua experiência: “Neste período desafiador, aqueles que se aventuram rumo à região enfrentam não somente riscos, mas também prejuízos substanciais.” A escassez de água, característica marcante da estiagem, prolonga o tempo de viagem, muitas vezes dobrando-o. Adicionalmente, a capacidade de carga das embarcações precisa ser reduzida pela metade devido à profundidade diminuída do rio.
A defesa civil municipal mantém vigilância constante sobre a situação crítica enfrentada pelo Rio Juruá durante este período de seca. José Lima, coordenador da defesa civil, ressalta a relevância deste monitoramento: “Com a ausência de chuvas, o rio Juruá passa por um período de seca sem precedentes.” Estimativas indicam que as partes mais profundas do rio não devem ultrapassar dois metros e meio. Em pontos específicos, a água atinge escassos 60 centímetros de profundidade, demandando uma atenção redobrada por parte dos audaciosos navegadores.
