Na manhã desta terça-feira (data), foi lançado oficialmente no Cine Romeu o documentário “Marcas do Preconceito – a história recontada por quem viveu”, um projeto que emocionou o público presente, especialmente os alunos da Escola Militar Dom Pedro II, convidados a prestigiar a sessão.
Idealizado e produzido pela jornalista Vanisia Nery, o filme resgata, com sensibilidade e profundidade, as memórias das vítimas da hanseníase e seus familiares, abordando tanto o sofrimento causado pela doença quanto as marcas profundas deixadas pelo preconceito social da época. O documentário também oferece informações relevantes sobre o tratamento da hanseníase e os avanços conquistados com o tempo.
“Marcas do Preconceito – a história recontada por quem viveu” é fruto de um projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo, com apoio do Governo Federal, Governo do Estado do Acre e Fundação Elias Mansur.
Durante o evento, a emoção tomou conta da plateia. Izamildes Ferreira, professora da escola e filha de um ex-interno de colônia, compartilhou seu relato pessoal, destacando as dores invisíveis causadas pelo estigma:
“É de suma importância para nossa sociedade, principalmente para os adolescentes. Meu pai foi separado quando eu era bebê, mas o preconceito a gente sentia na pele. Ninguém queria se aproximar da gente, nem os colegas de escola, por causa da ignorância em torno da hanseníase. Nós, filhos, não tínhamos a doença, mas sofremos uma bem pior: o preconceito.”
Hudson Cauã, estudante da Escola Militar, reforçou o papel transformador do documentário.
“É de extrema importância, pois muitas pessoas desconhecem o problema. O filme nos faz compreender como essa realidade afeta diretamente a sociedade, dando voz a quem sofreu e sofre até hoje.”
Outro aluno, Gustavo Matos, ressaltou o valor educativo da obra.
“É muito importante para disseminar conhecimento dentro das escolas. A gente entende melhor o quanto o preconceito foi , e ainda é , doloroso para tantas pessoas. Hoje sabemos que existe tratamento, e que o maior desafio continua sendo o julgamento da sociedade.”

O coordenador da Fundação Elias Mansur em Cruzeiro do Sul , Adegildo Rebouças, destacou a relevância de iniciativas como essa no fortalecimento da memória e na formação de consciência crítica entre os jovens:
“A Fundação Elias Mansur tem o papel de apoiar e valorizar projetos como esse. A Lei Paulo Gustavo veio justamente para fomentar essas produções, que mostram a realidade, resgatam o passado e transformam o conhecimento das novas gerações. Esse curta foi muito bem executado. Parabéns à equipe.”
A proponente do projeto, Vanisia Nery, celebrou a realização do evento e reforçou a importância de democratizar o acesso à obra:
“Apresentamos hoje um documentário que conta uma história importante. Falamos das vítimas, dos filhos separados, das lutas pela reintegração e do tratamento da doença. Foi um momento de reflexão e aprendizado, principalmente para os jovens. Quem não pôde comparecer, pode assistir gratuitamente pelo YouTube, no canal @vanisianery ”.
Veja o documentário: