É gritante o aumento da fome no país, no Acre não é diferente. A quantidade de pessoas pedindo nas ruas e dormindo nas paradas de ônibus aumentou de forma vertiginosa com a ascensão de Bolsonaro ao poder central do país. Trabalhadores pobres que o bolsonarismo insiste em chamar de “vagabundos”, na verdade são contingentes enormes de pessoas que o sistema capitalista, propositadamente deixa a margem da sociedade e da “empregabilidade” para forçar o valor dos salários para baixo, quanto mais desempregados existirem, mais os trabalhadores com emprego se curvarão aos ditames do patronato burguês (representados por Paulo Guedes e Bolsonaro), trabalharão por salários menores e com menos direitos, até mesmo sem direito nenhum.
Entre os primeiros atos do governo Bolsonaro em 2019 está a extinção do CONSEA, que era o Conselho Nacional de Segurança Alimentar responsável pela elaboração de políticas de combate a fome e a extrema pobreza no Brasil, de lá pra cá o desmonte só aumentou e foi atingindo uma parcela cada vez maior da população, passando pela defesa do Presidente ao trabalho infantil até a “permissão” de trabalho escravo, onde o trabalhador poderia ser pago com comida e local para dormir.
Provando para a “classe média” e para o “pequeno empresariado” que eles fazem parte objetiva da classe trabalhadora ou estão muito mais próximos dessa classe do que da burguesia, o governo Bolsonaro ataca ambos ao propor o fim dos VA&VR (Vale Alimentação e Vale Refeição, conhecido também como TIKET). Bolsonaro enviou minuta de um decreto para alterar o PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), acabando com a possibilidade de dedução no Imposto de Renda das empresas dos gastos com VA&VR de seus funcionários, como não se trata de um direito obrigatório e sim negociado em convenção coletiva entre trabalhadores e patrões, na prática significa que as empresas retirarão dos acordos coletivos e deixarão de pagar esses valores aos seus empregados.
Se esse decreto for implementado, mais de 280 mil empresas deixarão de ter o direito a dedução e isso atingirá mais de 22 milhões de trabalhadores diretamente que sofrerão com a extinção ou diminuição dos valores de VA&VR, além desse impacto gigantesco na qualidade alimentar dos trabalhadores e suas famílias a rede de bares e restaurantes que aceitam VA&VR também sofrerá grande prejuízo aumentando em cadeia o desemprego, a miséria e a fome em todo o país.
“O Governo Bolsonaro, além de corrupto, só governa para os super ricos. Agora a pergunta é: Você concorda com o fim do VA&VR? Até Quando você aceitará perder tudo sem protestar? Organize sua revolta e mude o sistema!”
Eudo Raffael Lima da Silva é Presidente do Sindicato dos Bancários do Acre