O ciclo natural de fortes chuvas da região, normais do mês de janeiro de cada ano, resulta quase sempre na enchente do Rio Juruá que desabriga muitas famílias ribeirinhas e as que moram em áreas alagadiças nas suas margens que ficam isolados no período da enchente e precisam de apoio do poder público para superar as dificuldades do período.
Neste janeiro de 2023, depois das chuvas deste final de semana já vemos o volume de águas aumentar consideravelmente. Nesta segunda-feira (23) o nível das águas já ultrapassa a cota de alerta de 11,80 metros que é monitorada três vezes por dia pelo Corpo de Bombeiros e pela equipe da Defesa Civil da Prefeitura de Cruzeiro do Sul.

Ao meio dia desta segunda-feira a medição feita na régua localizada no bairro da Várzea, marcou 12,20 metros. No final da tarde houve um aumento de 0,13 centímetros e na medição das 18:00 horas feita pela equipe do 4º Batalhão Especial de Proteção e Combate a Incêndio Florestal (4º BEPCIF) registrou 12,33 metros.

Morador da beira Rio do Juruá desde sua infância e vindo dos seringais o senhor Antônio Laurentino, que tem quase 80 anos que serão completados no mês de junho e sempre acerta até o mês quando a enchente atinge seu pico, avalia que neste mês de janeiro ainda haverá uma vazante e a água vem mais forte mesmo é no mês de fevereiro.

“Deus sabe tudo. Ele manda a enchente que atinge e desabriga muita gente, a maioria esse povo que são os ribeirinhos e também aqueles que moram dentro da área do rio. Depois da enchente vem o melhor que é a fartura de peixe mandada por Deus para melhorar a vida do pescador e da sua família e dos mais pobres”, afirma o idoso que acompanha as enchentes há muitos anos.