Após 21 dias de paralisação, a greve dos profissionais da educação do município de Cruzeiro do Sul chegou ao fim. Em decisão conjunta, os profissionais optaram por suspender a greve até setembro, estabelecendo um prazo para a criação de uma comissão que acompanhará de perto o repasse e a aplicação dos recursos do Fundeb. Essa medida tem o objetivo de ampliar os pedidos de reajuste salarial para os colegas não contemplados até o momento.
Uma das conquistas alcançadas é o pagamento do reajuste do piso nacional dos professores, que será efetuado no próximo mês de agosto. Além disso, está prevista a discussão, em setembro, sobre o pagamento retroativo referente ao período de greve. É importante ressaltar que os colegas com contratos provisórios também serão beneficiados, recebendo um aumento percentual de 14,95% sobre o salário atual de R$2.100, garantindo assim que também sejam contemplados por esse reajuste.
No entanto, é lamentável informar que, até o momento, não foi possível obter o reajuste para o setor administrativo da educação. Apesar disso, a luta pela valorização desses profissionais e pela melhoria das condições de trabalho continuará, buscando avanços significativos para toda a categoria.
Segundo Pedro Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, medidas judiciais serão tomadas para garantir os direitos dos profissionais.
“Uma das ações será a cobrança da diferença na jornada de trabalho, que agora é de 30 horas em vez das anteriores 25 horas. Essa mudança deveria ter ocorrido há mais tempo, e por isso iremos exigir a retroatividade dos últimos 5 anos. Outra ação diz respeito ao cumprimento do piso nacional para os colegas com contrato temporário, uma demanda que a prefeitura ainda não cumpriu, apesar das nossas insistentes solicitações”, enfatizou Pedro Lima.
Com o fim da greve, espera-se que o diálogo entre os profissionais da educação e as autoridades competentes seja fortalecido, visando encontrar soluções que atendam às necessidades e demandas da educação no município de Cruzeiro do Sul.
Início da Greve
Os professores e demais servidores da Educação municipal de Cruzeiro do Sul encerraram a greve que teve início em 2 de junho. A paralisação abrangeu todas as escolas da rede municipal e teve como motivo o não pagamento do piso nacional do magistério.
Durante a greve, as escolas permaneceram abertas apenas para fornecer informações, sem realizar aulas. Com a implementação do piso, o salário inicial do professor passaria a ser de R$3.315. A prefeitura foi solicitada a pedir ajuda do governo federal caso não conseguisse pagar o piso.
Anteriormente, o secretário de Educação de Cruzeiro do Sul, Amarisio Saraiva, afirmou que não havia previsão para o pagamento do piso nacional. Ele destacou que, desde o início da gestão, o prefeito Zequinha Lima concedeu um reajuste de 50% para os professores e reformulou o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), além de aumentar a carga horária de 25 para 30 horas, o que impactou a Folha de Pagamento em 20%. No entanto, os recursos destinados à Educação diminuíram, passando de R$3 milhões em janeiro para R$600 mil.