O campus Rio Branco do Instituto Federal do Acre (IFAC) realizou, entre os dias 17 e 19 de junho, a inauguração oficial do Laboratório de Biodiversidade, juntamente com um curso prático de taxidermia voltado para estudantes e pesquisadores da área de Ciências Biológicas. A iniciativa marcou um passo significativo no fortalecimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão no Estado.
Voltado ao atendimento de demandas científicas e acadêmicas, o novo laboratório integra docentes com diversas linhas de atuação: ecologia de insetos aquáticos (prof. Diego Viana), ecologia de formigas (profª. Patrícia Nakayama), parasitologia de peixes (prof. Luciano Negreiros) e ecologia e conservação de mamíferos (prof. André Botelho), que também é coordenador do curso de Ciências Biológicas e do novo espaço.
Um novo marco para a pesquisa – Para o professor André Botelho, a criação do laboratório é um divisor de águas para o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. “A inauguração do laboratório com a realização do curso de taxidermia é um ótimo ponto de partida. Agora nossos estudantes têm habilidades na produção e armazenamento de material biológico com finalidade tanto para pesquisa quanto para ensino e extensão. O principal objetivo é consolidar as pesquisas já realizadas por docentes do campus e ampliar parcerias com outras instituições”.
O professor Diego Viana, Diretor de Políticas de Graduação do IFAC, também destacou o impacto da iniciativa. “A criação do Laboratório de Biodiversidade representa uma verdadeira plataforma para descobertas, formação de novos pesquisadores e produção de conhecimento voltado à conservação da nossa rica biodiversidade. Agora temos um espaço adequado para triagem e armazenamento de exemplares como libélulas, mosquitos e outros indicadores da saúde dos ecossistemas aquáticos”.
Curso de taxidermia – Durante o evento, estudantes participaram de um curso intensivo de taxidermia de mamíferos, que incluiu desde técnicas básicas de preservação, como a retirada e limpeza da pele e a remoção segura de órgãos, até procedimentos laboratoriais de biossegurança, coleta, manuseio e descarte de materiais biológicos.
A formação contou com a presença da Dra. Cibele Bonvicino, referência nacional na taxonomia de mamíferos, e foi viabilizada por meio de parceria com o Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Reservatórios (LBPMR) do Instituto Oswaldo Cruz (IOC- RJ), além do Centro de Estudos e Pesquisas em Ambiente, Biodiversidade e Mudanças Climáticas (Cepab-Clima), do campus Baixada do Sol (Transacreana).
Estudantes e profissionais compartilham a experiência – A aluna Amanda Ester Lima do Nascimento, do primeiro período do curso, comemorou a oportunidade. “A experiência no laboratório, especialmente no manuseio dos animais, foi enriquecedora. Não imaginei ter esse tipo de vivência tão cedo. Foram três dias de muito aprendizado que levarei como base para minha formação acadêmica”.
Mário de Oliveira Magalhães, veterinário formado pela Ufac, destacou a aplicabilidade dos conhecimentos. “Foram dias intensos de trabalho e aprendizado. Agora posso aplicar esse conhecimento na prática nos laboratórios em que atuo”.
A doutoranda Luna Cunha Silva reforçou o comprometimento dos participantes. “Os alunos se mostraram muito interessados nas técnicas de coleta, identificação e montagem dos espécimes. Foi um curso intenso e produtivo”.
Já o pesquisador Rayque de Oliveira Lanes, da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ) e bolsista do IOC-RJ, ressaltou o valor acadêmico da taxidermia. “Essa técnica é uma ferramenta poderosa para o ensino e a pesquisa em Ciências Biológicas. Com ela, os estudantes aprendem a preparar e conservar espécimes com qualidade científica e pedagógica, fundamentais para montar coleções biológicas e enriquecer ações de extensão”.