Internos da Associação de Pais e Amigos dos Dependentes Químicos (Apadeq) de Cruzeiro do Sul recepcionaram, na tarde do último sábado (06), a magistrada, Dra. Ana Paula Saboya Lima, Juíza de Direito Titular da Vara Criminal da Comarca de Feijó que nos últimos anos tem mantido uma parceria muito benéfica ao trabalho da instituição.
O administrador da Apadeq, Raimundo Felício, popular Branco, recebeu a magistrada que estava acompanhada da empresária Beatriz Cameli, que é presidente da Fazenda da Esperança Maria Madalena, de Cruzeiro do Sul, que atende mulheres dependentes químicas e realiza um trabalho similar que beneficia mulheres que se envolveram com as drogas.
No início da recepção à magistrada da Comarca de Feijó os internos fizeram uma saudação com uma canção e o administrador deu as boas vindas as visitantes ao destacar e agradecer a importante parceria que tem rendido frutos muito positivos com a recuperação de dezenas de dependentes. 12 dos atuais internos da Apadeq são oriundos do município de Feijó que estão sendo atendidos na parceria com Judiciário, através da Titular da Vara Criminal da Comarca, Dra. Ana Paula Saboya Lima.
Ao agradecer a magistrada Branco ressaltou que a dependência química é uma doença que precisa ser tratada porque na maioria das vezes o delinquente entrou em conflito com a lei devido ao uso do álcool e das drogas e muitas vezes pela falta de oportunidades e também pela falta de prevenção as drogas, principalmente nas escolas.
Em sua conversa com os internos a Dra. Ana Paula Saboya enfatizou sobre a grande parceria com a Apadeq que possibilita uma nova etapa na vida dos que tiveram o privilégio e a oportunidade de garantir um tratamento para a dependência química ao ressaltar que na sua função constitucional de fazer justiça o Estado tem a mão pesada.
Ao agradecer à Deus, a Apadeq e a dona Beatriz Cameli pelo apoio a Dra. Ana Paula lembrou que antes de ser juíza de Direito ela teve a profissão de engenheira e na empresa que trabalhava atuava na prevenção de acidentes e quando se tornou magistrada sua primeira Comarca Criminal foi em Cruzeiro do Sul onde representava o estado para punir quem descumpria a lei.
“Mas, sempre ficou perto de mim a engenheira e eu me perguntava para Deus o que iria fazer com aquela alma e vinha a resposta de que tinha que fazer um tratamento contra a dependência química e o trabalho do Branco e da dona Beatriz são consolo e esperança para nós que apostamos na recuperação porque as principais causas são violência doméstica, o álcool e as drogas”, destacou.
A Juíza lembrou também que teve que prender um filho que entrou na droga, mas soube que antes dele ser dependente teve que defender a mãe que seu pai estava batendo e que também ele tinha frequentando a igreja por isso ela viu a oportunidade e pediu apoio do Branco para atendê-lo, pois avaliou que ele merecia uma chance.
“É muito triste porque a mão do Estado é muito pesada, não faz diferença para ele se a cela é pequena ou não tem ar-condicionado. O Estado tem o objetivo de fazer a segurança pública, de prestar atendimento de saúde, oferecer escola, recebe os presos porque tem obrigação de punir, mas para que possa agir de forma objetiva ele precisa de pessoas e nem todas estão imbuídas do melhor propósito, estão lá apenas para cumprir a lei”, disse.
A magistrada lembrou aos internos que quem tem coração é mãe, os irmãos e os amigos deles e quando eles usam a droga são eles que tem o coração machucado. “Mas, quando caem na mão do Estado vão sofrer numa cela escura e vocês agora tem essa oportunidade de reviver, apesar de saber que foram muitos os motivos que os levaram a fazer uso da droga”, disse.
Ao se dirigir aos internos que vieram de Feijó a Dra. Ana Paula lembrou a eles que antes de agradecer a ela que deu a oportunidade deles saírem do presídio é preciso primeiro agradecer à Deus porque mesmo sendo a assinatura dela primeiro ela teve uma conversa com Deus para se orientar. “Deus ama vocês e também aqueles que amam vocês”, afirma.
Ao se despedir a magistrada destacou ainda que além da assinatura dela para eles estarem na Apadeq, muitos foram tirados do presídio, eles precisam agradecer à Deus, ao Branco e todos que colaboram com o trabalho maravilhoso feito pela Apadeq.
“Então, essa vontade que vocês estão tendo de se recuperar da dependência química é muito importante e por isso estamos proporcionando essa oportunidade de melhorar suas vidas porque vocês não estão só e suas famílias estão sedentas de verem vocês recuperados”, ressaltou.
A presidente da Fazenda da Esperança Maria Madalena, empresária Beatriz Cameli, parabenizou a juíza Ana Paula pelo trabalho dedicado na recuperação das pessoas dependentes e também ao trabalho da Apadeq que trata os internos com muita seriedade e num ambiente muito saudável.
