Cruzeiro do Sul, Acre, 14 de novembro de 2025 19:01

Justiça mantém prisão de Bual e chefe de gabinete após audiência de custódia

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Investigações revelaram esquema de corrupção e desequilíbrio patrimonial envolvendo Rosinaldo Bual e Luzia Seixas, chefa de gabinete do vereador

Manaus – A Justiça do Amazonas manteve a prisão do vereador de Manaus, Rosinaldo Bual (Agir) e a chefa de gabinete de Bual, Luzia Seixas Barbosa, após audiência de custódia nesta sexta-feira (3). Durante a audiência, o juiz responsável considerou que “os atos prisionais foram considerados legais”, ratificando as legalidades das detenções realizadas pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM).

As investigações conduzidas pelo (MPAM), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), revelaram um esquema de corrupção e desequilíbrio patrimonial envolvendo Bual e Luzia Seixas, chefa de gabinete do parlmentar.

Bual apresentou um desequilíbrio patrimonial. Entre 2017 e 2023, Bual declarou apenas R$ 996 mil em rendimentos lícitos. No mesmo período, ele movimentou mais de R$ 5,2 milhões em suas contas bancárias. O valor descoberto sem origem lícita ultrapassa R$ 4,2 milhões, evidenciando uma grande disparidade entre a renda oficial e suas operações financeiras. Os autos ainda apontam que, em 2017, o vereador declarou patrimônio zerado, mas registrou um crescimento expressivo nos anos seguintes.

Já Luzia Seixas foi considerada como o braço operacional do parlamentar em um esquema de ‘rachadinha’. Ela é apontada como a intermediadora de repasses ilegais feitos por servidores comissionados.

Durante as diligências, o MPAM encontrou evidências contundentes dos crimes. O parlamentar negou acessos aos cofres que pertenciam a ele e, diante da negativa em fornecer as senhas, três cofres apreendidos foram abertos com apoio do Corpo de Bombeiros. No interior de um deles, foram encontrados R$ 390 mil em espécie, dois cheques que superam R$ 500 mil e diversos documentos, entre os quais passaportes.

Gabriel Barbosa, afilhado do vereador e que também já trabalhou para ele, teria entregado o esquema de rachadinha depois de ter sido preso em abril desse ano, juntamente com outro homem, por suspeita de furtar R$130 mil da casa do Bual, alem de uma arma.

O político, que ainda estava em posse irregular de arma de uso permitido no momento da prisão, responderá pelos crimes de peculato, concussão, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

A Justiça determinou o bloqueio de bens e R$ 2,5 milhões da conta do parlamentar.