Cruzeiro do Sul, Acre, 19 de dezembro de 2025 03:45

Lula vence Flávio Bolsonaro no 2º turno, diz pesquisa. Mercado antecipa derrota da direita

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O mercado financeiro já sabia da vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a eventual candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Mas pesquisa do Datafolha divulgada neste sábado (6) confirmou: o pré-candidato à presidência pelo PL ficaria 15 pontos atrás do petista se esse eventual segundo turno acontecesse hoje.

No cenário do eventual segundo turno contra Flávio, Lula vence com 51% dos votos ante 36%. Na pesquisa anterior, ganhava de 48% a 37%.

Ontem, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em prisão preventiva e inelegível após a condenação pela tentativa de golpe de Estado, apontou seu primogênito como o sucessor do seu legado político. A escolha desagradou o mercado financeiro, a despeito do alinhamento da maior parte dos grandes investidores com uma agenda da direita – teoricamente mais comprometida com reformas e a redução do Estado.

Bolsonaro carrega o histórico da família sem a projeção do ex-presidente. Então, apesar de poder herdar uma parte dos eleitores bolsonaristas mais radicais, Flávio não chega a atrair a multidão do pai.

Da perspectiva do mercado financeiro, a entrada de um Bolsonaro no jogo para 2026 acirra a polarização política e, neste sentido, acaba beneficiando a reeleição de Lula – neste contexto, favorecido pelos indecisos.

Para os grandes investidores, a continuidade de Lula no poder ou a eleição de um candidato mais radical à direita puxa o risco político no país e pode agravar o cenário fiscal, o que aumenta a pressão sobre os ativos domésticos.

A polarização é temerária não só por sacudir o equilíbrio político no país, mas porque estimula campanhas mais populistas. Assim, em vez de discussões sobre reformas, contenção da dívida pública ou sobre a economia, os candidatos se projetam com promessas de expansão dos benefícios sociais, o que sugere uma gestão perdulária do Orçamento e a explosão do endividamento do Estado.

Tudo que o investidor que aloca seu dinheiro aqui não quer é correr todo esse risco.

O mercado financeiro esperava, para o início do ano que vem, o anúncio de outro nome numa chapa única de oposição. Entre os possíveis candidatos da Faria Lima e do Leblon, havia figuras aparentemente mais moderadas, – portanto com capacidade de articular uma frente ampla entre a direita e o centrão – e sem o sobrenome Bolsonaro.

  • Falando neles, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Jr. (PSD-PR), marcam 5 e 6 pontos de desvantagem em relação a Lula. Como esse cenário já era relativamente conhecido no mercado financeiro, os dois eram, nesta ordem, preferidos pela Faria Lima e pelo Leblon para disputar o Planalto em 2026.

Além de mostrarem uma lacuna mais possível de ser fechada, na eventual campanha de um desses dois candidatos no próximo ano, Tarcísio e Ratinho Jr. se desvencilham da articulação do clã Bolsonaro.

O ex-presidente, apesar de preso, é uma figura com capital político, já que é o maior nome na extrema-direita no Brasil hoje. Por isso, parece que ele prefere manter o poder dentro da família.

O instituto Datafolha ouviu 2.002 eleitores de terça (2) a quinta (4), antes, portanto, do anúncio feito por Flávio. O levantamento foi feito em 113 municípios com maiores de 16 anos. A margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou menos.