Cruzeiro do Sul, Acre, 1 de julho de 2025 03:24

Manifestação na BR-364 cobra compromisso para construção da Ponte de Rodrigues Alves, mas causa transtornos

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Como anunciado e informado pela equipe organizadora do Movimento Pró-Ponte a Variante da BR-364, na altura da rotatória do município de Rodrigues Alves, foi fechada nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (27) em protesto ao descaso com a construção da ponte sobre o Rio Juruá que não entrou em nenhum planejamento estadual ou federal.

Criado há cinco anos o Pró-Ponte luta pela construção de uma ponte sobre o Rio Juruá, na travessia para o município de Rodrigues Alves que tem um serviço precário de transporte dos carros de um lado para o outro do rio, através de uma balsa alugada pelo governo do Estado que tem causado muitos transtornos à população.

As dificuldades são muitas com registro de vários carros que já caíram no Rio Juruá, dificuldade de transporte de pessoas doentes que necessitam de atendimento no Hospital Regional do Juruá, além da necessidade de deslocamento de pessoas de Rodrigues Alves que trabalham em Cruzeiro do Sul ou em Rodrigues que são prejudicadas pela travessia imprevisível.

Agora, depois de constatar que várias pontes estão sendo licitadas, construídas e programadas sua construção em vários municípios do Estado, inclusive uma quinta ponte em Rio Branco a população de Rodrigues Alves resolveu buscar uma solução definitiva através de um compromisso formal do governo e também da Bancada Federal.

“Descaso com a população de Rodrigues Alves”, é como classifica uma das lideranças do Movimento Pró-Ponte, o professor Ralph Fernandes, um dos principais idealizadores do evento que nesta manifestação conseguiu a adesão das autoridades municipais do Executivo e Legislativo, além da população que lideraram a manifestação desta quarta-feira.

O prefeito Jailson Amorim, de está em Rio Branco em tratamento de saúde, manifestou seu apoio ao movimento através de uma postagem nas redes sociais. O vice-prefeito, Pastor Nilson Magalhães e todos os vereadores também aderiram a manifestação que paralisou o trânsito na BR-364 na saída e chegada a Cruzeiro do Sul.

Na noite desta quarta-feira a comissão do Movimento Pró-Ponte, depois de avaliar que nenhuma autoridade nem do governo do Estado nem do governo Federal se manifestou sobre o assunto decidiu manter a interdição da BR-364 gerando durante todo o dia uma fila quilométrica de veículos dos dois lados da barreira montada.

Ônibus, carretas de combustível, de transporte de mercadorias, caminhões paus de araras que fazem o transporte de agricultores dos ramais e sua produção, veículos com passageiros, vans que transportam cargas, muitas motocicletas, além de outras pessoas que se deslocavam nos dois sentidos na BR-364 ficaram sem condição de prosseguir viagem.

Os manifestantes, no entanto, de acordo com a deliberação da comissão organizadora do movimento Pró-Ponte, permitiram depois de rigorosa avaliação a passagem de veículos de urgência, emergência, essenciais e todos que tiveram a necessidade real de prosseguir e principalmente transportando pessoas doentes, informou o professor Ralph Fernandes.

“Estamos conseguindo fazer uma manifestação ordeira e com a força do povo queremos garantir a inclusão dessa obra no planejamento dos governos estaduais e federal para encerrarmos o movimento. Nossa intenção não é prejudicar ninguém, mas sensibilizar as autoridades estaduais e federais da necessidade dessa obra de grande porte”, disse.

Ralph Fernandes pediu a compreensão de todos para a reivindicação da construção da ponte sobre o Rio Juruá e fez um agradecimento especial as  Polícias Militar e Civil que estão presente desde o início da manifestação garantindo a segurança no local. “Nossa manifestação é ordeira e com objetivo bem definido e contamos com o apoio das autoridades”, disse.

O drama da população

Apesar da compreensão para a realização da manifestação do Movimento Pró-Ponte será necessário avaliar e buscar uma solução para possíveis prejuízos da população que ficou sem poder prosseguir viagem. O agricultor Domingos Miranda, por exemplo, chegou cedo em Cruzeiro do Sul e retornava para o Ramal 13 do Projeto Santa Luzia com o rancho para sua família.

Agricultor Domingos: tristeza e preocupação com o prejuízo do rancho para a família que provavelmente vai estragar

“Venho uma vez por mês fazer as compras, vou para o final do Ramal 3 e comprei duas caixas de franco, R$ 200,00 de peixe que estão no caminhão e com certeza vão estragar. Quem vai pagar o prejuízo?”, pergunta. “Não tem onde eu levar, pago R$ 30,00 para vim e mais R$ 30,00 para voltar e vim fazer minha feira para levar para casa”, reclama.

Outra pessoa que vinha de motocicleta do Rio Gregório deixar um parente para o velório da mãe no Pé da Terra, em Mâncio Lima, ficou parado na barreira. Um furgão com carne, que vinha de Tarauacá, também estava parado com muita carne estocada no frigorífico do veículo.