Cruzeiro do Sul, Acre, 19 de maio de 2024 14:25

Médica infectologista alerta para possível colapso na saúde, uso de máscaras, aglomerações e ainda a nova forma do vírus da Covid-19

Médica infectologista, Dra. Rita Cássia Lima, alerta para uso da máscara e cuidados sanitários para evitar um possível colapso na saúde que não está longe de acontecer

A médica infectologista Rita de Cassia Lima, que é uma das que, desde o início da pandemia do novo Coronavírus, trabalha diretamente na linha de frente do atendimento às pessoas infectadas pela Covid-19, desabafa que os profissionais da saúde estão cansados ao mostrar sua preocupação com as aglomerações que são, com certeza a causa da nova onda do vírus.

 

A declaração da médica foi feita na reunião, desta segunda-feira (23), de alinhamento proposta pela prefeitura aos empresários na busca de garantir a volta da conscientização anteriormente conseguida sobre cuidados sanitários que conseguiram diminuir consideravelmente o número de internados no Hospital de Campanha que chegou a ter apenas dois pacientes.

“Mais uma vez quem esteve na reunião do Ministério Público está vendo agora o que eu falei naquele dia de que as entidades são insuficientes de profissionais e se as medidas da falta do uso de máscaras poderiam nos levar a esta situação que está bem próxima de um colapso”, alerta.

A médica cobrou apoio dos empresários, mas principalmente da população que negligencia o uso da máscara o uso da máscara diminui cerca de 60% a possibilidade de transmitir o vírus para outra pessoa

A infectologista ressalta que os profissionais de saúde estão cansados, exaustos, alguns adoecendo e de certa forma precisando de atendimento psicológico porque todo mundo está vivendo sua vida normal e os profissionais da área da saúde continuam enclausurados em casa e de casa para o trabalho e acontecendo esta situação.

Dra. Rita de Cássia destaca que os governos, prefeitura e a população em geral têm que fazer sua parte, mas que está falando mais da parte da população porque os órgãos governamentais estão fazendo a parte deles e nos hospitais não há condição de criar, de forma mágica, mais leitos porque é preciso de mais profissionais de saúde, insumos e não tem condição.

“A população precisa entender que tudo existe de forma finita. Não estão utilizando as máscaras e apenas o uso da máscara diminui cerca de 60% a possibilidade de transmitir o vírus para outra pessoa. Passei no final de semana em comércios e vi o livre fluxo de pessoas sem máscara e apesar do totem e a pia para lavar as mãos não havia ninguém para orientar”, disse.

A médica, preocupada, lembra que desde o início da pandemia está sendo orientado sobre as medidas sanitárias, se batendo  na tecla, e por saber como é a cultura do povo brasileiro, orientando como fazer e apesar de neste momento estar todo mundo cansado precisamos continuar o trabalho de enfrentamento porque senão quem vai ganhar é o vírus.

“Temos limitações, a prefeitura não pode colocar um fiscal em cada loja, e em momento nenhum fui a favor do fechamento de lojas, mas o trabalho de conscientização da lavagem das mãos, do uso da máscara e as medidas de orientação sanitárias e de não aglomerar tem que ser obedecidas porque salvam vidas”, garante a médica.

“A população tem que realmente entender que precisa usar máscaras quando tiver andando na rua, de não se aglomerar, além da lavagem das mãos tem que ser feitas repetidamente e tem que ser cobradas porque daqui uns dias mais na frente a população pode precisar de um leito, e pode ser até um parente das pessoas e pode não ter leito para ninguém”, avalia.

Dra. Rita se mostra temerosa do Acre ficar na situação dos estados do Amazonas e Rondônia. “Em três semana foram constatados 42 pacientes internados na enfermaria Codid-19, na UTI tinha 13 e soube que morreu uma pessoa. A constatação de que 600 pessoas foram infectadas, mostra que era a época que tinha os testes da primeira onda da pandemia”, disse.

“A situação não é brincadeira, a gente tem que entender a gravidade do momento e cada um realmente precisa fazer a sua parte de usar as máscaras nas ruas e nos comércios”, desabafa a médica ao dizer que não sabe mais o que fazer para a população entender os riscos ao avaliar que a nova forma do vírus que circula em Manaus já se encontra em Cruzeiro do Sul.

“A população precisa entender que precisa cuidar da sua saúde, a previsão é de se aumentar esse número e muitos pessoas que são internadas quando chegam vão diretamente para a UTI. A variante nova do vírus é muito mais violenta, jovens estão morrendo e enquanto isso as pessoas estão se aglomerando no igarapé preto. É preciso ter um pouco mais de cidadania e cuidados com a saúde”, desabafa.

Para finalizar a médica orienta também a população sobre o problema da dengue ao destacar que duas epidemias juntas um paciente as vezes não aguenta. “Quero alertar também que com a primeira dose da vacina a pessoa não está imunizada e precisa continuar a usar as máscaras, porque pode continuar transmitindo para alguém. É preciso continuar com as medidas sanitárias”, conclui.