Os médicos decidiram entrar em greve a partir de quarta-feira, dia 31, suspendendo os atendimentos nas unidades que realizam consultas ambulatoriais. Os serviços de urgência e emergência serão mantidos, como as UPAs e o Pronto Socorro.
A decisão foi tomada durante a assembleia geral extraordinária (AGE) convocada pelo Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), na noite de terça-feira, dia 23, levando em consideração o rompimento do diálogo por parte da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre). A reivindicação inclui o pagamento dos adicionais devidos aos servidores, melhorias nas condições de trabalho, mais segurança e a apresentação da contraproposta do governo para o Plano de Cargo, Carreira e Remuneração (PCCR).
A categoria também decidiu pela suspensão de todos os plantões extras realizados em todas as unidades do estado, o que implica em infração ética caso haja o descumprimento da decisão colegiada.
“Não se trata de um ato por aumento salarial. Os médicos exigem apenas o pagamento dos valores devidos pelo governo. “Parece que voltamos àquela velha época em que o estado atrasava salários, por isso não vamos recuar”, protestou o presidente do Sindmed-AC, Guilherme Pulici.
O próximo passo agora é comunicar a decisão às autoridades, conforme previsto na lei de greve, orientando a população a procurar as unidades básicas de saúde para a realização dos atendimentos. Uma comissão de diretores sindicais percorrerá as unidades de saúde para orientar a classe, buscando proteger os servidores de qualquer assédio moral. Para isso, o Sindmed-AC recomenda que os filiados gravem áudios e vídeos de gestores que cometerem qualquer atitude desta natureza.
“O médico não pode ficar sofrendo calado com o corte de parte de sua remuneração. A greve e a suspensão dos plantões representam um pedido de socorro diante desta ilegalidade”, detalhou Guilherme Pulici.
Desde 2022, a categoria registra queixas no Sindicato devido aos cortes sucessivos de gratificações. A primeira tentativa foi buscar um acordo para a retomada dos pagamentos, mas, após regularizar os valores, o governo voltou de forma reincidente a cortar parte das remunerações, não restando outra alternativa à categoria além da paralização.