O ministro da Educação , Camilo Santana , disse nesta terça-feira (4) que optou por suspender o cronograma de implementação do Novo Ensino Médio . Em entrevista em Brasília, ele falou que irá assinar hoje uma portaria que determina a suspensão.
“Hoje estou assinando uma portaria – já na segunda-feira eu tinha anunciado na imprensa em entrevista que dei – que nós vamos suspender a portaria 521, que aplica o cronograma de aplicação do Novo Ensino Médio”, comentou.
“Principalmente, por uma questão por causa do Enem. Porque o Novo Ensino Médio previa que em 2024 nós tivéssemos um novo Enem. Como há ainda esse novo processo de discussão, nós vamos suspender essa portaria para que, a partir dessa finalização dessa discussão, a gente possa tomar as decisões em relação ao Ensino Médio”, completou.
Na opinião do chefe do MEC, não existiu nenhuma discussão profunda sobre a implementação do Novo Ensino Médio. Ele ainda acusou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de ter sido “omisso” em relação ao assunto.
Enem não sofrerá intervenção
Camilo Santana explicou para os jornalistas que a portaria não vai atingir o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano. Ele também deixou claro que as escolas que iniciaram a implementação do Novo Ensino Médio continuarão com todo o processo.
“Nós vamos apenas suspender as questões que vão definir um novo Enem em 2024 por 60 dias. E vamos ampliar a discussão. O ideal é que, num processo democrático, a gente possa escutar a todos. Principalmente, quem tá lá na ponta, que são os alunos, os professores e aqueles que executam a política, que são os estados”, concluiu.
A reforma do ensino médio foi elaborada e aprovada pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB-SP), em 2017, e começou a funcionar no começo do ano passado, porque houve atraso durante a pandemia da Covid-19.
O novo método educacional tem como objetivo aumentar gradualmente o tempo do estudante na escola e fazer mudanças curriculares. Uma dessas alterações é a separação entre disciplinas obrigatórias e “flexíveis”. Especialistas e movimentos estudantis sempre foram contra essas medidas.
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