Um grupo de mulheres residentes em Feijó, no Acre, teve a oportunidade de participar de uma oficina especial do projeto Mulheres da Borracha. A iniciativa busca fortalecer o empoderamento feminino e promover o protagonismo das mulheres na cadeia de valor da borracha.
Após uma jornada que incluiu uma viagem de carro de Rio Branco até Feijó, seguida por uma viagem de barco pelo Rio Envira, as participantes chegaram à comunidade de Santa Rosa, situada às margens do rio. Lá, elas se juntaram a outras 18 mulheres, a maioria extrativistas e agricultoras familiares, para participar da oficina realizada no dia 7 de junho.
O projeto Mulheres da Borracha já alcançou aproximadamente 900 mulheres em reservas extrativistas, projetos de assentamento e comunidades rurais em todo o estado do Acre. Com o lema “borracha sustentável é produção familiar”, o projeto destaca o papel das mulheres em todas as etapas da cadeia produtiva, desde o corte até a comercialização do látex.
Para muitas participantes, reconhecer-se como seringueiras e extrativistas é uma conquista significativa. Historicamente, as mulheres foram invisibilizadas na ocupação da Amazônia, e os homens ocuparam os espaços de poder e decisão. As oficinas visam mudar essa percepção e promover a igualdade de gênero na tomada de decisões e no reconhecimento das mulheres na cadeia da borracha.
A empresa Veja/Vert, que utiliza borracha nativa na fabricação de tênis há quase 20 anos, percebeu a importância de incluir as mulheres nas relações comerciais. Embora elas já participassem ativamente da produção de borracha, eram os homens que estabeleciam as relações comerciais. As oficinas do projeto Mulheres da Borracha buscam mudar essa realidade e promover uma visão mais inclusiva do papel das mulheres na cadeia produtiva.
A metodologia das oficinas busca facilitar a compreensão das mulheres e incentivá-las a compartilhar as informações com outras mulheres de suas comunidades. O objetivo é que elas se reconheçam como integrantes da cadeia da borracha, tenham maior participação na tomada de decisões e se vejam como trabalhadoras rurais valorizadas.
Essa iniciativa é um passo importante para fortalecer o papel das mulheres e promover a equidade de gênero nas atividades extrativistas, contribuindo para um desenvolvimento sustentável e justo.