O Navio de Assistência Hospitalar Dr. Montenegro (NAsH. Dr. Montenegro) atracou em Cruzeiro do Sul para iniciar a 25ª Operação Acre de atendimentos médicos-odontológicos, farmacêuticos, de exames de mamografia, ultrassonografia e laboratoriais, além do fornecimento do medicamento necessário para o paciente realizar seu tratamento.
O NAsH Doutor Montenegro desatracou de Manaus (AM) no dia 21 de janeiro com uma tripulação composta por 80 militares, incluindo 16 membros da equipe de saúde para a missão de assistência hospitalar que leva serviços básicos de saúde a comunidades ribeirinhas e indígenas ao longo do Rio Juruá, nos estados do Acre e Amazonas.
A 25ª Operação Acre da Marinha do Brasil é realizada em parceria com o Ministério da Saúde e em Cruzeiro do Sul com o governo do Estado do Acre, através da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e também com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) seguirá de forma ininterrupta até o dia 7 de maio, com previsão de prestar atendimento à 10 mil pessoas, informa o comandante.
A Chefe do Gabinete do governador Gladson Cameli em Cruzeiro do Sul, Raquel Batista, a Coordenadora Regional da Sesacre, Diani Carvalho e o Secretário Municipal de Saúde, Prof. Dr. Marcelo Siqueira, deram as boas vindas ao comandante e a equipe do NAsH Dr. Montenegro, com quem trataram os detalhes do início do atendimento.
Além da parceria com o Ministério da Saúde, nesta 25ª Operação “Acre”, a Marinha do Brasil também terá o apoio da Organização Não Governamental “Américas Amigas”, que proverá os laudos dos exames de mamografia realizados a bordo, contribuindo para a ampliação das capacidades da Operação.
Durante cerca de quatro meses serão oferecidas consultas médicas e odontológicas, exames clínicos e laboratoriais, cirurgias de pequeno porte, pré-natal, exames de mamografia e raio-x, além de palestras educativas, distribuição de medicamentos e atenção farmacêutica em diversas localidades ao longo do Rio Juruá.
A 25ª Operação Acre atenderá também municípios do Amazonas, como Carauari, Itamarati, Juruá e Ipixuna e depois de chegar em Cruzeiro do Sul, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo para realizará o atendimento à população ribeirinha, indígena e também às pessoas da zona urbana dos municípios onde chegar.
O Comandante do Nash Dr. Montenegro, Capitão de Corveta Hallan Maforte, enfatiza que a Marinha consegue ter uma grande capilaridade e levar saúde, assistência hospitalar e, principalmente, cidadania ao povo que está mais isolado, levando a esperança, um nome extremamente importante que esse navio carrega, como o ‘Navio da Esperança’.
“Temos médicos, dentistas, farmacêuticos, enfermeiros, que enfrentarão os desafios das distâncias e também das nossas restrições, para conseguir prover todo o atendimento hospitalar, médico, odontológico e farmacêutico à população mais isolada dessas comunidades ribeirinhas e indígenas”, explica o comandante.
Veja a entrevista concedida pelo comandante do NAsH Dr. Montenegro:
Capacidade
A equipe de saúde é composta por 3 médicos, 3 cirurgiões-dentistas, 1 farmacêutico bioquímico, 7 técnicos em enfermagem, 1 técnico em radiologia médica e 1 técnico em higiene dental. O navio é equipado com dois ambulatórios odontológicos com quatro cadeiras, dois consultórios médicos; laboratório para exames, salas de trauma, de raio-x, de mamografia; enfermaria; sala de vacina; e farmácia, onde será realizada a entrega de medicamentos às comunidades carentes.
“Saúde Sem Limite”
O lema do NAsH “Doutor Montenegro” traduz a missão que é desempenhada na Amazônia Ocidental: “Saúde Sem Limites”.
“É uma comissão bem longa, de cerca de quatro meses, e se torna desafiadora por conta da distância da família durante todo esse tempo, mas a equipe é bem unida e assim conseguimos levar atendimento a um número bem grande de pacientes”, pontuou a Cabo (Radiologia Médica) Daniela Ferreira. “Quando estamos subindo o Rio Juruá, há comunidades que ficam muito isoladas, com acesso muito difícil, sendo possível alcançá-las apenas de barco ou lancha. Então, a Marinha acaba sendo a única que tem a capacidade de alcançá-las e levar esse tipo de assistência hospitalar”, completou.
Histórico
O Hospital Fluvial Dr. Manoel Braga Montenegro, seu primeiro nome, foi concluído em janeiro de 1997, encomendado pelo Governo do Acre e construído no estaleiro Conave, na capital amazonense. Após sua finalização, foi entregue na cidade de Rio Branco (AC). Posteriormente, por meio de negociações entre o Ministério da Saúde, a Marinha e o Governo do Estado do Acre, decidiu-se que o navio seria incorporado à frota da Marinha, o que ocorreu em 19 de maio de 2000, na Estação Naval do Rio Negro, em Manaus.
O nome “Doutor Montenegro” foi escolhido como uma homenagem ao renomado médico acreano Manoel Braga Montenegro. Nascido na cabeceira do Rio Liberdade, em 14 de março de 1927, o médico era filho de uma família de migrantes cearenses. Doutor Montenegro era reconhecido por sua simplicidade, suas palavras ponderadas e sua dedicação ao trabalho.
