O deputado Neném Almeida (Podemos) fez uso do seu espaço na tribuna da Assembleia Legislativa, na última quarta-feira (13), para alertar sobre o crescimento do grande número de pessoas que estão deixando o Estado do Acre em direção ao Sul e Nordeste do país.
Almeida lembrou que o Acre sempre foi palco de grande fluxos migratórios. Ao final do século XIX por conta do primeiro ciclo da borracha, que retomou a vinda de nordestinos para estas terras. Na década de 1970 houve a migração de pessoas oriundas do centro-sul do país. Entre as décadas de 1980 e 1990, o fluxo foi mais intenso, com o êxodo rural e a migração de municípios do interior para a capital. No ano de 2013, o Acre passou a receber também haitianos e senegaleses. “Falta oportunidades. O Estado do Acre, mundialmente conhecido por sua terra fértil, biodiversidade e população acolhedora, a partir do ano de 2020 passou a sofrer uma mudança de fluxo migratório. Todos nós conhecemos pessoas que já partiram do nosso Estado e conhecemos também pessoas que estão planejando partir daqui nos próximos meses. E isso se deve devido a redução da qualidade de vida e de oportunidades”, declarou.
Segundo ele, mesmo que não haja dados concretos, é nítido que existem muito mais pessoas saindo do Estado. Esses antigos moradores se direcionam principalmente para Santa Catarina e João Pessoa. E isso acontece após mais de um século em que registros mostram em elevado número de migrantes, dentro do fenômeno da interiorização e integração nacional.
“As políticas públicas da gestão estadual ignoram completamente os anseios de bem-estar social da nossa população. Para os jovens que estão na iminência de começar a vida profissional o nosso Estado deixou de ser do interesse. Afinal, o que se tem a oferecer? Cargos comissionados? A promessa de realização de concursos? É triste ver os pais de hoje tendo que admitir e incentivar seus filhos a deixar para trás seu Estado em busca de oportunidades”, finalizou o parlamentar.