Neste Dia do Jornalista, 7 de abril, parabenizamos os profissionais da imprensa cruzeirense, que diariamente estão na lida, inclusive neste período da pandemia. Alguns foram infectados e internados para tratamento, tiveram dificuldade para recuperar sua saúde, ms conseguiram e outros, acometidos pelo vírus, tiveram mais facilidade para superar a doença. Todos vivos, amém.
Para registrar a data, destacamos o pensamento de dois dos mais experientes profissionais da imprensa cruzeirense, Nonato Costa e Mariano Maciel, ambos com larga folha de serviços prestados no vale do Juruá, na capital Rio Branco e também em Brasília, numa demonstração do poder e carisma dos jornalistas forjados nas redações e bancadas de rádios e TVs.
Raimundo Nonato Costa, garoto do bairro da Gia, que na sua infância gostava de escutar a Rádio Globo, no aparelho do senhor Lindolfo Onofre, quando nas primeiras horas da manhã fazia a entrega do pão aos clientes da padaria do seu pai. Nascia naquele tempo o desejo de ser radialista que conseguiu se firmar, inicialmente, na área esportiva.
Seu talento foi visto quando atuava no galho da mangueira como narrador das partidas de futebol do Mangueirão. Ele era o locutor oficial das partidas e um dia, na falta do locutor oficial do Estádio O Cruzeirão, Edmar Bezerra, o ex-vereador Estêvão Silva foi buscá-lo para ser o narrador do grande evento esportivo da cidade. Tremia como vara verde, deu conta e definiu a carreira.
Sua experiência inicial na Rádio A Voz dos Náuas e depois na Rádio Nacional de Brasília, o projetou como um dos principais locutores do Acre. Em Rio Branco atuou na Rádio Difusora Acreana, A Voz das Selvas e com o tempo se tornou assessor de comunicação da prefeitura de Cruzeiro do Sul. Em seguida Secretário de Estado de Comunicação.
Uma história resumida, mas Nonato Costa se destaca como profissional competente e convidado deixa seu pensamento, em breves palavras, sobre a profissão de jornalista, por ele abraçada de longo tempo. Para ele o jornalista tem o papel fundamental de fazer a sociedade refletir e criar uma consciência mais crítica e ajudar na construção de uma comunidade mais justa e igualitária.
“Falar do jornalista é olhar para um profissional que ao longo dos anos tem se colocado como pessoa importante à sociedade. Nos últimos tempos podemos constatar que por trás de todos os fatos históricos que movimentaram a humanidade há sempre a figura de um bom jornalista cumprindo seu papel”, avalia.
Nonato lembra da redemocratização do país, do combate à corrupção e agora do papel importante dos jornalistas na pandemia da Covid-19. “O bom jornalista tem tido papel fundamental à medida que faz a sociedade compreender a necessidade das orientações sanitárias e ao mesmo tempo mostrar que o negacionismo não leva ninguém à lugar nenhum”, ressalta.
Nonato define que em muitos momentos o jornalista é aquele que profissional que faz a ponte entre as autoridades e a população. “É um guardião do povo, que sempre traz à tona o que de errado está escondido e também aplaude o que está certo. Quero parabenizar todos os jornalistas cruzeirenses ao mostrar sua importância para nosso país”, finaliza.
Mariano Maciel é um dos mais qualificados jornalistas de Cruzeiro do Sul, que atua em Brasília, na Câmara Federal e como correspondente da TV Gazeta há 23 anos. De Cruzeiro do Sul onde iniciou nas rádios locais e como apresentador ele foi para Rio Branco onde permaneceu atuando por sete anos momento que foi convidado para atuar em Brasília.
Primeiro jornalista ganhador do Prêmio José Chalub Leite chegou em Brasília para o novo desafio num momento de pautas quentes que envolviam políticos acreanos envolvidos em escândalos nacionais e em seguida o processo do coronel Hildebrando Pascoal que movimentou a mídia nacional e concluiu com sua cassação e posterior prisão.
“Desbravar e entender o Congresso e a política na capital Federal não é uma coisa muito fácil, precisa de tempo para se aprender principalmente para quem sai do Acre para uma cidade que no ano 2000 já tinha 2 milhões de veículos”, lembra Mariano Maciel ao destacar que Brasília atualmente tem 3 milhões de habitantes.
Ao lembrar dos amigos que partiram vítimas da Covid Maciel volta ao tempo que morava na Linha do Tiro e fazia dupla de zaga com Raimundo Bananeira, não tinha atacante que os vencesse. “Lamento profundamente tantos amigos que partiram repentinamente por conta desta doença, Raimundo e Bonfim, foram contemporâneos e bons amigos”, lamenta.
Atualmente Mariano Maciel mora em Águas Claras, em Brasília, distrito distante cerca de 22 km do centro de Brasília onde trabalha e neste tempo da pandemia também é mais um recluso dos cuidados da pandemia. Na maioria do tempo trabalha em home office e participa de reuniões virtuais para desenvolver seu trabalho de comunicador. Aposentado continua sua lida na imprensa.
“Vivemos um momento de constante ataque a liberdade de imprensa, aos órgãos de comunicação, ao exercício do jornalismo e contra diversos jornalistas”, avalia Mariano ao destacar a importância do profissional da imprensa que tem sido fundamental na divulgação das ações de combate a pandemia.
“Além disso, presenciamos esse momento histórico, da pandemia mundial do novo coronavírus e o jornalismo emerge, neste momento, como artigo de primeira necessidade, onde mais do que nunca se faz fundamental seu exercício para o combate à desinformação da população”, ressalta. “Quero parabenizar todos os profissionais da nossa imprensa cruzeirense pela passagem do dia do Jornalista”, finaliza.