Cruzeiro do Sul, Acre, 18 de dezembro de 2025 15:33

PF prende desembargador que relata caso TH Joias; Bacellar é alvo de buscas

ac5ed6f0-2d27-4872-9f1d-85b8bc9363cd-e1763557268413

Prisão expedida pelo STF ocorre no âmbito da segunda fase da operação Unha e Carne

PF (Polícia Federal) prendeu na manhã desta terça-feira (16), no Rio de Janeiro, o desembargador Macário Judice Neto, que relata o caso TH Joias no TRF 2. O caso deu origem a outras investigações e a prisão do então presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, no início do mês.

O desembargador foi preso após a PF encontrar trocas de mensagens entre ele e Bacellar, preso por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), sob suspeita de ligação com o CV (Comando Vermelho) e indícios de vazamento de informações.

A prisão de Neto fez parte da segunda fase da operação Unha e Carne, que investiga o vazamento de informações sigilosas da Operação Zargun — que havia prendido o ex-deputado estadual Thiago Raimundo dos Santos Silva (MDB), conhecido como TH Joias, em setembro, suspeito de envolvimento com o CV (Comando Vermelho).

Em nota enviada à CNN Brasil, a defesa do desembargador afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, “foi induzido a erro” após expedir dez mandados de busca e apreensão e prisão preventiva.

“[A defesa] Ressalta, ainda, que não foi disponibilizada cópia da decisão que decretou sua prisão, obstando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. A defesa apresentará os devidos esclarecimentos nos autos e requererá a sua imediata soltura”, dizia o comunicado assinado pelo advogado Fernando Augusto Fernandes.

Além de Neto, um dos mandados teve Bacellar como alvo. A PF aponta que Bacellar teria repassado dados reservados que teriam ajudado a obstruir a investigação. Há também indícios de que ele orientou o parlamentar a remover objetos da residência para ocultar provas.

Em nota, a defesa do deputado Bacellar negou que ele tenha atuado para obstruir investigações sobre facções criminosas ou vazado informações a alvos de operações policiais.

parlamentar teve sua prisão revogada na terça-feira (9), após decisão da Alerj. Em votação no plenário, foram 42 votos favoráveis à soltura, 21 contrários e de duas abstenções.

A operação acontece no âmbito da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 635/RJ, a chamada ADPF da Favelas. A polícia investiga a atuação do crime organizado no estado do Rio de Janeiro e suas conexões com agentes públicos.