Cruzeiro do Sul, Acre, 24 de maio de 2025 21:37

Prefeitura de Envira recebe mais de R$ 12 milhões do Fundeb, mas prefeito não cumpre promessa e não inicia aulas da zona rural que tem quase 50% dos alunos

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Enganados pelo prefeito que garantiu começar as aulas na mesma época das escolas da zona urbana é como estão pais de mães de alunos 

A comunidade envirense da zona rural vive um grande drama que preocupa mães que recebem os recursos do Bolsa Família, programa do governo Federal que exige comprovação da escolaridade das crianças beneficiadas. No município amazonense os pais começam a reclamar com medo de perder os benefícios porque até a presente data o ano letivo não começou.

Entre as exigências mais relevantes para garantir a continuidade do recebimento do benefício do Bolsa Família, depois da concessão, destaca-se a obrigação de que crianças e adolescentes em idade escolar mantenham uma frequência mínima nas aulas e a não observância dessas condições pode levar ao bloqueio ou até mesmo ao cancelamento do benefício.

Uma grave denúncia é de que apesar do volumoso valor dos recursos recebidos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que somam de janeiro a maio de 2025 mais de R$ 12 milhões, a Secretaria Municipal de Educação de Envira (AM) ainda não deu início ao ano letivo na zona rural e questionado sobre o assunto o secretário não se manifestou.

Prefeito de Envira anunciou o início das aulas e até hoje não deu início na zona rural

A promessa do prefeito de Envira à população da zona rural foi de que as aulas iniciariam junto com a das escolas da zona urbana, depois passou para o mês de março e agora, mais da metade do mês de maio, nenhum sinal de que as aulas nas escolas vão iniciar na área ribeirinha do Rio Envira, Baixo e Alto Tarauacá, incluídas as comunidades indígenas, que somam 1.179 alunos em 44 escolas.

Os recebimento dos recursos do Fundeb do município de Envira estão sendo garantidos em quase 50% pelas escolas da zona rural razão de pais e mães das comunidades ribeirinhas e indígenas estarem reclamando muito, principalmente porque a gestão da Secretaria Municipal de Educação, que tem como titular o vice-prefeito, não tem dado nenhuma explicação.

Para aumentar ainda mais a gravidade da situação informações nos extratos demonstrativos de pagamentos do Fundeb nos meses de abril e maio constam pagamentos de quase R$ 2 milhões à três empresas sediadas em Manaus e a homologação da licitação da maior compra, de mais de R$ 1 milhão, não foi encontrada no Diário Oficial dos Municípios Amazonenses.

Questionado sobre o assunto o secretário municipal de Educação não se manifestou. Com a palavra o Ministério Público do Amazonas que precisa investigar essa grave decisão da gestão municipal de não dar início ao ano letivo na zona rural, principalmente pelo volumoso recebimento de recursos federais e ainda os pagamentos feitos com os recursos do Fundeb.