Cruzeiro do Sul, Acre, 5 de novembro de 2024 21:31

Professores de Porto Walter prejudicados por participarem de greve denunciam mais abuso em conversa no gabinete do prefeito

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Segundo os professores o prefeito aposta na morosidade da justiça e que tem causa ganha

Cinco professores do município de Porto Walter que foram abusivamente transferidos de suas escolas na zona urbana, onde lecionavam há vários anos, para outras escolas da zona rural, depois que participaram de uma greve pelo reajuste salarial que estava sendo negado pela prefeitura, foram convocados à participar de uma reunião no último dia 22 de setembro no Gabinete do prefeito.

Os professores foram convocados para a reunião pelo presidente do Núcleo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac) de Porto Walter e, segundo eles, houve um pedido do prefeito para que houvesse uma conversa entre o procurador da prefeitura e o procurador do Sinteac no propósito de ter uma conversa entre os cinco professores que estão com uma ação na justiça, fora de suas atividades trabalhistas e tendo seus pontos cortados.

Na avaliação dos professores a transferência abusiva deles ocorreu porque se manifestaram no movimento grevista em busca de seu reajuste salarial do Magistério de 14,95% que foi conquistado pela categoria, mas em retaliação foi realizada uma perseguição aos mesmos que tiveram sua transferência determinada para a zona rural, em nenhuma justificativa plausível e em seguida os pontos foram cortados e o salário descontados.

Com base nas informações dada pelo representante do Sinteac os professores e o próprio presidente foram ao gabinete do prefeito na expectativa de ter uma conversa para resolver a situação, mas o resultado não foi o esperado e eles foram recebidos com uma proposta considerada por todos muito inconveniente dada pelo próprio prefeito que também foi muito agressivo em sua fala.

Como resultado da reunião nada foi resolvido e os professores continuam sendo prejudicados, com seus salários que foram desonerados, estão com seu emocional afetado e suas famílias prejudicadas até mesmo na sua alimentação, além das suas contas atrasadas e alguns filhos que estão em outra cidade para estudar estão sofrendo constrangimentos por dependerem 100% do salário recebido pelos pais.

O gestor que determinou a transferência e em seguida o corte dos pontos entende que a culpa pelo acontecido é dos professores que foram buscar seus direitos esquecendo ele que em quanto isso ele está fazendo com que profissionais que estavam com suas atividades normais e que querem voltar a trabalhar estão passando por tudo que há de mais absurdos e o município paga profissionais provisórios para trabalhar em contra turno.

Devido ao problema gerado pela insensatez do prefeito e do secretário municipal de Educação alunos nas escolas tem que ficar em duas turmas ou até sendo liberados de seus horários por falta de profissionais, sendo que sempre os professores estavam disponíveis no setor. Eles denunciam ainda que, enquanto isso, a prefeitura continua pagar alguns profissionais para estarem em outros municípios sem prestarem serviços e recebendo normalmente.

Os professores informaram ainda que alguns profissionais estão há vários anos sem aparecer no município, outros sendo pagos para cuidar de seus próprios negócios e com lotação para prestarem serviços dentro da própria Secretária de Educação, sendo que nunca apareceram para trabalhar um dia sequer e o prefeito ainda desdenhou dos mesmos afirmando que tem causa ganha ou que pode sair do mandato e a justiça não dar seu parecer.

“Gostaríamos que a gestão municipal entendesse que somos profissionais e que estávamos apenas reivindicando nossos direitos porque já tinha se passado alguns meses e ainda não se tinha efetuado o reajuste dos salários como teve que ser feito depois do movimento grevista. Será muito gratificante para a população que a justiça faça uma investigação na cidade com o propósito de esclarecer esse tipo de situação”, ressalta um dos representantes da classe.

Muito oportuno será que o Ministério Público do Estado (MPE) possa se informar das denúncias feitas pelos professores o que pode levar a uma improbidade administrativa da gestão e também intermediar para uma solução do problema que na sua essência se trata de perseguição aos que liberaram e participaram do movimento grevista que fez com a gestão municipal garantisse o pagamento do aumento devido. Tempos de coronel de barranco.