Professores da rede estadual de Educação, realizaram, na noite desta quinta-feira (17), em frente à Câmara municipal de Cruzeiro do Sul, em ato de repúdio às falas do Senador Márcio Bittar de que “a categoria quer ser privilegiada” ao reivindicar vacinação contra a Covid-19. Vestidos de branco e com velas acesas os professores lamentaram que o senador não esteve presente, visto que já prometeu está em cruzeiro do Sul duas vezes. Ele iria na sessão da Câmara Municipal, mas não apareceu.
Rosa Mônica, diretora da escola São José, afirma não acreditar que tal fala saiu da boca de um senador eleito também pelos cruzeirenses. “Eu quero acreditar que ele foi somente infeliz na fala dele. Não consigo conceber a ideia de que um Senador da República, eleito pelos acreanos, com nosso voto se dirigir com rancor à categoria da Educação, eu não quero acreditar nessa fala”, protesta a diretora.
Ao avaliar a categoria que reivindicava a vacinação o senador foi enfático e depois reafirmou em outra fala que os professores queriam privilégios porque estariam passando por cima dos protocolos, querendo exigir uma vacina primeiro do que as outras categorias e chegou a comparar a classe com a saúde que trabalhou um ano, segundo ele, sem vacina, além dos policiais militares que estavam na mesma situação.
A diretora afirma ainda que a categoria trabalhou o ano todo sem vacina, colocando a saúde em risco e muitos professores e servidores perderam suas vidas e outros seus entes queridos. “Professores morreram, diretores contraíram a Covid-19 entregando sacolão aos familiares dos alunos porque o trabalho dos professores não foi somente on line e sim presencial, as escolas nunca fecharam, o expediente era normal todos os dias, quem está em casa é o professor que trabalha de forma remota. Nós, professores, bancamos o ensino do aluno em 2020, usando nossa energia, nossa internet, nosso computador, financiamos o estudo do aluno e agora somos privilegiados? Somos privilegiados sim, nosso privilégio é estarmos vivos”, desabafa.
Participaram do protesto professores, diretores de diversas escolas do município e o presidente do Núcleo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac), Pedro Lima, que agradeceu a presença de todos e pela união na classe. “Quero agradecer a todos os professores e gestores que estão aqui, o ato foi uma forma de repúdio ao Senador Marcio Bittar pela infelicidade das palavras proferidas contra a categoria, simplesmente pelo fato de a categoria estar querendo ser vacinada. É um direito nosso sermos vacinados e a vacina que queremos é para todos”, disse.
Quanto ao movimento grevista no Estado Pedro Lima informou que chegou houve um acordo ao avaliar que houve alguns avanços e benefícios para a categoria. “A categoria que estava em greve, recebi a notícia de que a greve foi suspensa até fevereiro de 2022 quando o governo precisa cumprir com os acordos que foram firmados junto ao SINTEAC. O governo apresentou uma proposta que não é o que a categoria merece e desejava, mas tivemos alguns ganhos. O governo prometeu para esse ano de 2021 notebooks para os servidores, equipe gestora e um pacote de internet no valor de R$ 100,00. Teremos uma lei que vai dizer como o governo vai disponibilizar esse recurso para nossos servidores e assim voltarmos com as aulas remotas”, finalizou o presidente.
O vereador Elter Nóbrega prestigiou o mo
vimento de protesto dos professores e lamentou que o senador não compareceu na sessão da Câmara Municipal, como estava previsto ao repudiar a declaração de Márcio Bittar contra a importante categoria.
