Estimativa da Secretaria da Segurança Pública contabiliza ruas adjacentes; reportagem observou 10 quarteirões com público na Paulista
São Paulo — De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), 750 mil pessoas, no total, participaram do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para este domingo (25/2) na Avenida Paulista, em São Paulo (SP). Nas estimativas do órgão, o número leva em conta o público reunido na avenida, de 600 mil, e também nas ruas adjacentes, onde se aglomeraram 150 mil pessoas.
A reportagem do Metrópoles observou a presença de público ao longo de 10 quadras da Avenida Paulista, com concentração maior em 4 quarteirões.
Em nota, a SSP disse que o ato ocorreu de forma pacífica, sem o registro de incidentes. Foram mobilizados cerca de 2 mil PMs. Drones e câmeras fixas e móveis também foram utilizadas para o monitoramento do evento.
Além da PM, a Polícia Civil também enviou equipes à região do evento e utilizou um helicóptero e drone para monitoramento.
Bolsonaro nega plano de golpe e fala em “passar a borracha no passado”
Em discurso para milhares de apoiadores que lotaram a Avenida Paulista neste domingo (25/2), para defendê-lo das investigações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha tramado um golpe de Estado em 2022, pediu anistia os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, e disse querer “passar uma borracha no passado” em busca de “pacificação”.
“Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração, é trazer a classe política para o seu lado, empresários. Nada disso foi feito no Brasil”, disse Bolsonaro em cima do trio elétrico na Avenida Paulista, na tarde deste domingo.
Sem citar o STF e as condenações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornaram inelegível, Bolsonaro disse que “não podemos concordar que um poder tire do palco político quem quer que seja, a não ser por um motivo justo”. “Não podemos pensar em ganhar as eleições afastando um adversário do cenário político”.
O ex-presidente disse que não concorda com os atos golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, mas defendeu uma “anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília”. Segundo ele, “esse povo brasileiro não merece estar vivendo por este momento, onde tão poucos, pouquíssimos, causam tão mal a todos nós”.
“Teria muito a falar, tem gente que sabe o que eu falaria, mas o que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado, é buscar uma maneira de nós vivermos em paz”, disse Bolsonaro.
Os manifestantes atenderam ao pedido do ex-presidente e foram ao ato sem faixas e cartazes contra o STF e seus ministros, ao contrário do que ocorreu na manifestação do dia 7 de Setembro de 2021, última vez em que Bolsonaro subiu em um carro de som na Avenida Paulista.
Na ocasião, Bolsonaro disse que não cumpriria ordens do STF, que jamais seria preso e xingou o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos que pesam sobre ele, de “canalha”.
Neste domingo, Bolsonaro subiu no trio elétrico por volta das 15h, segurou uma bandeira de Israel e acenou para a multidão que o aguardava sob sol forte na Avenida Paulista — muitos apoiadores passaram mal por causa do calor. Antes dele, discursaram o pastor Sila Malafaia, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Michelle Bolsonaro e depois deputados federais e um senador do PL.
Fique por dentro do que acontece em São Paulo. Siga o perfil do Metrópoles SP no Instagram.