Em São Paulo, presidente Lula criticou a nova política tarifária do americano Donald Trump e destacou as reservas internacionais do Brasil
São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou, nesta segunda-feira (7/4), o volume de reservas internacionais do país para dizer que o Brasil “está seguro” diante das declarações e do tarifaço aplicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em entrevista coletiva na Casa Branca, também nesta segunda-feira (7/4), Trump disse que a pressão internacional não o fará frear o pacote de tarifas comerciais, mas admitiu negociações. “Vamos conseguir acordos justos e bons com todos os países. Se não conseguirmos, não teremos nada a ver com eles”, afirmou o presidente americano.
Discurso de campanha
No púlpito, Lula fechou o caderno em que tinha o discurso escrito e improvisou uma fala que remonta à época em que se tornou conhecido como líder sindical. Após saudar brevemente o vice-presidente da empresa, o petista se dirigiu aos funcionários e relembrou de feitos de seus governos anteriores que fizeram com o que “o país que estava quebrado, começasse a crescer”.
O petista disse que quer um país de “classe média”, onde os trabalhadores não tenham que se submeter a “carne de segunda”, ou a “xepa da feira, com produtos amassados”.
“Todo mundo vai ter um pouquinho. Todo mundo vai poder comprar. A economia começa a funcionar e todo mundo ganha”, disse. “Quem produz a riqueza desse país são vocês”, acrescentou.

Também em clima de campanha, os ministros Márcio França (PSB), Luiz Marinho (PT) e Fernando Haddad (PT) falaram antes do presidente.
França destacou o papel do Mercado Livre para impulsionar as 19 milhões de pequenas empresas do Brasil, Haddad explicou didaticamente como o projeto enviado ao Congresso para isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil pode afetar a vida dos trabalhadores e também sobre o novo programa de crédito consignado.
Marinho destacou a criação de novos empregos e criticou previsões equivocadas sobre o crescimento econômico do país, dizendo que partiam de “especialistas que erram tudo”, que parecem “torcer contra o Brasil”.
Lula intensifica viagens
O presidente foi ao centro de distribuição do Mercado Livre, em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. Ele chegou ao local por volta das 16h desta segunda-feira (7/4) e fez um “tour” pelo armazém da empresa. Pela manhã, Lula foi a Montes Claros, em Minas Gerais, visitar a fábrica da farmacêutica Novo Nordisk, fabricante do remédio para emagrecimento Ozempic. Na sexta-feira (4/4), o petista visitou a Terra Indígena Capoto-Jarina, no Parque Nacional do Xingu, no Mato Grosso.
As agendas fazem parte de uma estratégia de Lula para recuperar a popularidade e aproximar o presidente dos eleitores. Ele deve intensificar, em abril, as viagens pelo Brasil. Auxiliares do Planalto projetam uma viagem do presidente para o Rio de Janeiro nos próximos dias, mas antes, ele fará uma viagem a Honduras. O petista vai participar da reunião da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac),que inicia na quarta-feira (9/4).
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