Uma manifestação de protesto contra o fechamento de agências do Banco do Brasil e transformação de outras em postos de atendimento no Estado do Acre e em municípios do vale do Juruá, anunciado pelo Banco que lançou um Plano de Demissão Voluntária (PDV), foi realizada na manhã desta quinta-feira (21) na frente da Agência Catedral.
Sindicalistas representantes dos setores da Educação, Saúde e da Central Única de Trabalhadores (CUT), além de vereadores – Clerton Souza, Gilmar da Saúde, Elter Nóbrega, Betão da BR, Márcio da Farinha e Altemar – os três primeiros sindicalistas, participaram do ato de protesto e mostraram sua preocupação com a decisão do Banco do Brasil que afetará o atendimento prestado à população.
A meta da presidência do Banco do Brasil, anunciada ao Mercado Financeiro, é demitir até 5 de fevereiro deste ano, cinco mil trabalhadores e trabalhadoras, por meio do PDV e além das demissões serão fechadas 112 agências, 242 postos de atendimento (PA) e sete escritórios, num total de 361 unidades (ainda não foi anunciado todos os locais).
O vereador Elter Nóbrega, que é diretor do Sindicato dos Bancários do Acre, lidera as manifestações de protesto contra a decisão do Banco do Brasil que é uma instituição lucrativa fundada há mais de 200 anos e um patrimônio dos mais valiosos do povo brasileiro que o governo de Jair Bolsonaro pretende privatizar.
“É um momento muito preocupante para o povo brasileiro e funcionários, não sabemos o que vem pela frente, sabemos o que tem por trás deste plano do governo Bolsonaro que é a privatização do Banco do Brasil e a população que já sofre tanto vai ser a mais prejudicada com a precarização dos serviços e os funcionários com sobrecarga de trabalho”, avalia.
Segundo o diretor do Sindicato dos Bancários é inadmissível a decisão da presidência do Banco do Brasil e do governo Federal, tomada em plena pandemia do novo Coronavírus ao destacar que a instituição, que é uma das empresas que mais gera lucro no país, está sofrendo um ataque do Mercado Financeiro que sabe do seu valor.
“A população precisa estar ciente da gravidade dessa decisão. O Ministro da Economia é um banqueiro e o Banco do Brasil é uma das empresas que mais gera lucro no país e não existe nenhuma justificativa para o governo privatizar uma empresa deste porte. A verdade é que a iniciativa privada está interessada no Banco do Brasil pelo poder e força que ele tem”, disse.
Elter Nóbrega avalia que Estado do Acre vai ser muito afetado com a decisão de transformar as agências de Mâncio Lima, Feijó, Xapuri em postos de atendimentos e com o fechamento das agências Catedral, de Cruzeiro do Sul, a de Assis Brasil, município muito isolado, da Avenida Ceará, em Rio Branco, muito lucrativas e o Posto de Atendimento do Bujari.
“Essa decisão gera um grande prejuízo à população. A transformação de agência para posto é de uma gravidade imensa porque o posto presta um atendimento reduzido e não tem as mesmas atribuições e atendimentos prestados. A tendência é que os funcionários da agência de Cruzeiro do Sul sejam penalizados porque deve absorver mais serviços”, avalia.
Para o diretor do sindicato a transformação da agência de Mâncio Lima, responsável pela liberação de financiamentos do crédito rural no município, além de crédito para os servidores públicos municipais e estaduais e passara a ser posto de atendimento, vai gerar outro grande prejuízo aos produtores rurais e a população em geral.
Ao avaliar o PDV Nóbrega mostra mais preocupação. “É uma forma que o banco oferece de incentivo para o funcionário pedir demissão e ficar sem remuneração. “Aderir ao PDV é uma decisão pessoal e de livre arbítrio de cada funcionário, mas na nossa região não temos experiências e resultados bons. A maioria que optou pelo PDV não se deu bem”, afirma.
Sindicalistas de vários setores também prestigiaram a manifestação de protesto em apoio aos colegas bancários e demostraram sua preocupação com a decisão do Banco do Brasil que significa perca de grandes conquistas da população que ainda não tem um serviço de qualidade e com a decisão vai sofrer bastante quando precisar dos serviços do Banco do Brasil.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac), Núcleo de Cruzeiro do Sul, professor Edvaldo Gomes, manifestou seu repúdio contra o fechamento de agências e plano de demissão. O representante da Central Única dos Trabalhados (CUT) também considerou fora do contexto a decisão principalmente pela alta lucratividade do banco e serviços prestados aos brasileiros.
Os vereadores Clerton Souza e Gilmar Giles, que conquistou sua visibilidade política na luta dos servidores da saúde, consideram um grande retrocesso o plano da direção nacional do Banco do Brasil e do governo de Jair Bolsonaro, a investida contra a instituição que é um patrimônio do povo brasileiro.
A ex-vereadora, professora e sindicalista, Iria Matos, marcou presença na manifestação de protesto e também como cliente de longa data do Banco do Brasil, avalia como um grande retrocesso a decisão do governo Federal de fechamento de agências e que o município de Cruzeiro do Sul, segundo maior município do Estado precisa é de mais agências.
“Temos duas agências do Banco do Brasil que já não são suficientes para atender os funcionários públicos em época de pagamento, você chega nas agências e não tem o atendimento que necessita, imagine como vai ficar fechando uma delas. Fico triste também por todos aqueles que deverão perder o seu emprego”, lamenta.
NOTA DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS NO JURUÁ – REPRESENTAÇÃO DE CRUZEIRO DO SUL- AC
O Banco do Brasil está presente em quase todas as cidades brasileiras. A presidência da empresa, forçada pelo pelo governo federal impôs esta situação de fechamento de agências, demissões e descomissionamentos de milhares de pais de família.
Muitos deverão até mudar de cidade para continuar no emprego, e com salário reduzido. Estão alegando reestruturação para melhorar o atendimento.
Uma empresa que, no último trimestre teve lucro líquido de R$ 3 bilhões está fechando agências e forçando funcionários a pedir demissão, alegando que o foco é o cliente. Funcionário desmotivado e sobrecarregado não consegue bem servir.
Estamos vivendo um momento muito difícil, e contamos com toda a população nessa luta pra que seus direitos e atendimento não seja mais dificultado ainda.
Elter Nóbrega – Diretor do Sindicato dos Bancários no Juruá