O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) confirmou, nesta segunda-feira (10), a formação de três tornados durante as tempestades da última sexta-feira (7), no centro-sul do estado. Em Rio Bonito do Iguaçu, os ventos chegaram a 330 km/h e provocaram destruição em larga escala. As outras formações ocorreram em Turvo e Guarapuava.
Inicialmente, o tornado, que destruiu 90% das residências e estabelecimentos comerciais em Rio Bonito do Iguaçu, foi classificado como F2 na escala Fujita, que mede a intensidade dos tornados, conforme a velocidade dos ventos e os danos causados. No entanto, após as análises do sistema paranaense, a classificaçção subiu para F3 com ventos calculados em até 250 km/h.
O Simepar identificou os outros dois fenômenos a partir da análise de radares meteorológicos, vídeos, sobrevoos e vistorias em solo. Outras possíveis ocorrências de tornados no Paraná ainda estão em investigação. Foi a primeira vez que o Simepar registrou a classificação F3 no Paraná, em 32 anos de atuação do órgão.
De acordo com o Simepar, um sistema de baixa pressão formado entre o Paraguai e o Sul do Brasil impulsionou o avanço de uma frente fria, enquanto um ciclone extratropical se deslocava do continente em direção ao oceano.
“Observamos o avanço de uma frente fria associada a um ciclone bem estruturado entre o litoral gaúcho e o Atlântico. À frente dessa frente fria, formaram-se células de tempestade que evoluíram para supercélulas. Dentro delas, ocorreram as formações dos tornados”, explicou a meteorologista do Simepar, Sheila Paz.
Além de Rio Bonito do Iguaçu, Guarapuava e Turvo registraram tornados
Em Guarapuava, o fenômeno foi classificado como F2, com ventos próximos de 250 km/h que atingiram principalmente o distrito de Entre Rios. Em Turvo, o tornado no Paraná também foi considerado F2, com rajadas estimadas em 200 km/h, na região sul do município.
Meteorologistas do Simepar afirmaram que as condições atmosféricas da sexta-feira — marcadas por calor intenso, alta umidade e forte instabilidade — criaram um ambiente propício para tempestades severas. A intensificação e a mudança na direção dos ventos em diferentes níveis da atmosfera favoreceram a formação dos tornados.
O meteorologista do Simepar, Lizandro Jacóbsen, explicou à Gazeta do Povo que as tempestades severas são comuns durante a estação da primavera, mas que ainda não é possível prever especificamente a formação de tornados com muita antecedência. “É dificílimo, mesmo nos Estados Unidos é questão de poucos minutos antes. O que fazemos é alertar os possíveis impactos em relação à tempestade, chegando em determinada região e cidade”, afirmou.
