Denúncia do Ministério Público revela o uso de extrema violência e tortura do Comando Vermelho contra moradores do Complexo da Penha
O MPRJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro), por meio do GAECO (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado), apresentou uma denúncia detalhando o funcionamento do CV (Comando Vermelho) no Complexo da Penha.
O documento serviu como ponto de partida para megaoperação policial que deixou 121 mortos, nesta terça-feira (28), no Rio de Janeiro.
A investigação, baseada em afastamento de sigilo de dados telemáticos, expõe o uso de “tribunais do tráfico” e a prática de tortura contra moradores e opositores para manter o controle territorial.
Entre os denunciados por esses atos está Juan Breno Malta Ramos, vulgo “BMW”, que como liderança da facção, orienta a prática de punições e tortura. Ele é acusado de em parceria com Carlos da Costa Neves, vulgo “Gardenal”, constranger pessoas arrastando-as amarradas e sem roupa por uma via pública, causando intenso sofrimento físico para obter declaração de interesse da facção.
Em vídeos anexos ao processo, o autor das torturas chegou a fazer piada do sofrimento da vítima.
Em outro registro apresentado na denúncia do MPRJ, os faccionados conversam sobre a tortura de uma mulher classificada como “brigona”. Os traficantes estabelecem que ela seja introduzida em uma banheira de gelo, como forma de punição após desentendimentos em um baile funk, na comunidade cariosa.
PCC e CV são terroristas? Veja o que dizem Lula, Tarcísio e especialistas
De acordo com o ministério público, a liderança máxima do CV no Complexo da Penha, Edgar Alves de Andrade, vulgo “Doca” ou “Urso”, comanda essa cadeia hierárquica, utilizando grupos de WhatsApp para emitir ordens, gerenciar o tráfico e determinar a execução de indivíduos que contrariem seus interesses.
